Em 1793, o veleiro Wakamiya-maru, que transportava carga de Ishinomaki para Edo (atual Tóquio), sofreu avarias numa tempestade e, após 16 dias no mar, chegou a uma ilha no Pacífico norte, no território russo. Dos seus 16 tripulantes, três faleceram e os demais foram acolhidos pelo governo da Rússia.
Os russos queriam estabelecer relações comerciais com o Japão, o que deu início à primeira circunavegação global japonesa, iniciada em 1803. Depois de passar pela Europa, no dia 22 de dezembro do mesmo ano quatro dos sobreviventes do Wakamiya-maru chegaram em solo sul-americano, na Ilha de Santa Catarina.
Para preservar e divulgar a chegada dos primeiros japoneses ao Brasil, a Associação Wakamiya-maru, fundada em Florianópolis em 2011, promoveu na sexta-feira, 14, na Assembleia Legislativa, em conjunto com a Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira e a Comissão de Legislação Participativa, além de outras entidades, o 1º Seminário Internacional Wakamiya-maru.
O evento faz parte da programação da 8ª Semana da Amizade Brasil Japão, comemorada em dezembro por intermédio de uma lei aprovada na Assembleia Legislativa em 2011.
Palestras
Os historiadores Paulo Baltazar da Rosa e Andrei Francisco Fernandes, tenente da PM, deram início aos trabalhos com o tema “Surgimento, função e a importância das pesquisas da Associação Wakamiya-maru”.
Detalhes técnicos do veleiro, dimensões e capacidade de carga foram apresentados, assim como a nominata de cientistas europeus que partiram do porto de Kronstadt, na Rússia, em 1803, e completaram a viagem em Nagasaki, em 6 de setembro de 1804.“A primeira viagem oficial do governo japonês a Santa Catarina ocorreu em 1927 e o comando da PM em Santa Catarina possui as filmagens da época, cedidas pelo consulado em Curitiba”, afirmou Andrei Fernandes.
Jardim Japonês
Uma das propostas do seminário é encaminhar propostas a órgãos públicos, nas esferas municipal, estadual e federal, para construção de um jardim japonês com monumento e memorial dedicado a russos e japoneses no local de desembarque da expedição em Florianópolis, junto ao Forte de Santana.
Escritor Mikio Oshima
A última palestra, marcada para as 19h30, coube ao escritor Mikio Oshima, de Yokohama, que fez um relato da viagem abordando costumes, geografia, política, tecnologias e a cultura do final do século 18 e início do século 19 nos lugares percorridos pela expedição.
Ainda no período da tarde, a professora Kelly Ishida proferiu a palestra “os japoneses e a história de Santa Catarina”, enquanto o major PM Thiago Vieira discorre sobre a cooperação entre Japão e Brasil na construção de um novo modelo de segurança pública.
Crédito: Agência AL