A greve que começou em março na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) chegou ao terceiro mês, afetando diversos serviços da instituição. Apesar disso, o Conselho Universitário (CUn) decidiu na última sexta-feira (7) manter o calendário acadêmico do primeiro semestre, rejeitando a proposta de suspensão. A sessão contou com a participação de estudantes, servidores e professores.
Os Técnicos-Administrativos em Educação (TAEs) iniciaram a greve em 11 de março, causando impactos em diferentes setores da universidade. Estudantes aderiram à greve em 14 de maio, seguindo um chamado do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Luís Travassos. Os professores começaram a paralisação em 7 de maio, mas decidiram encerrá-la em 24 de maio após deliberação da Apufsc-Sindical, no entanto, o comando local de greve dos docentes mantém a paralisação, rejeitando a proposta do governo federal, que inclui a reestruturação da carreira docente e reajustes salariais para 2025 e 2026.
A proposta do reitor Irineu Manoel de Souza para suspender o calendário acadêmico do primeiro semestre foi rejeitada após três votações. O parecer contrário do grupo de diretores de centros de ensino foi o mais votado, com 37 votos a favor e 28 contra. O parecer do professor Edgar Alvarez, que apoiava a suspensão, obteve 26 votos a favor e 38 contra. A proposta do DCE também foi rejeitada, com 36 votos a favor e 28 contrários.
A pró-reitora de Graduação e Educação Básica, Dilceane Carraro, afirmou que a Câmara de Graduação decidiu que o segundo semestre deve começar simultaneamente em todos os cursos, apenas após a reposição das aulas, avaliações e atividades impactadas pela greve.
No Campus de Blumenau, não houve decisão sobre a suspensão do calendário. A deliberação foi por um “pedido de esclarecimento” ao Conselho Universitário e às pró-reitorias competentes.
Com a continuidade da greve dos TAEs, vários serviços da UFSC estão paralisados ou prejudicados. A seguir, a lista atualizada de serviços impactados:
Campus de Florianópolis
- Agência de Comunicação (Agecom): atendimento parcial.
- Biblioteca Universitária (BU): unidade central apenas com salas de estudo individual abertas; algumas bibliotecas setoriais fechadas.
- Centro de Ciências Biológicas (CCB): departamentos de Biologia Celular, Embriologia e Genética (BEG), Botânica (BOT), Ciências Fisiológicas (CFS), Ecologia e Zoologia (ECZ), Secretaria Integrada dos Departamentos (SIDL), NEMAR, Herbário FLOR e Secretaria dos Cursos de Graduação estão totalmente paralisados. Adesão parcial em Farmacologia (FMC) e Morfologia (MOR).
- Centro de Comunicação e Expressão (CCE): secretarias do PROFLetras, Pós-Graduação em Linguística, graduação em Letras – Português, Departamento de Língua e Literatura Vernáculas e Pós-Graduação em Estudos da Tradução aderiram à greve.
- Centro de Ciências da Saúde (CCS): clínicas odontológicas fechadas.
- Centro de Desportos (CDS): ver página do CDS para setores com atividades suspensas.
- Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH): direção, departamentos, secretarias dos cursos de graduação e pós-graduação com atividades suspensas.
- Centro Socioeconômico (CSE): secretarias dos cursos de graduação em Administração, Ciências Contábeis, Relações Internacionais e Serviço Social aderiram à greve.
- Centro Tecnológico (CTC): diversos programas de pós-graduação e secretarias de cursos de graduação aderiram à greve.
- Colégio de Aplicação (CA): rotinas alteradas; atividades suspensas em 21 de março.
- Coordenadoria de Gestão Ambiental (CGA): atendimento parcial.
- Departamento de Administração Escolar (DAE): atendimento e serviços afetados.
- Departamento de Cultura e Eventos (DCEVEN): agendamento de eventos suspenso.
- Departamento de Gestão Patrimonial (DGP): atendimento presencial suspenso em determinados dias.
- Departamento de Projetos de Arquitetura e Engenharia (DPAE): atendimento paralisado.
- Departamento de Integração Acadêmica e Profissional (DIP): atendimento parcial.
- Editora da UFSC: maioria dos setores em greve.
- Hospital Universitário (HU/Ebserh): algumas atividades impactadas.
- Museu de Arqueologia e Etnologia (MArquE): exposições suspensas.
- Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI): vários setores impactados; setor de saúde em funcionamento.
- Prefeitura Universitária: rotinas de manutenção predial impactadas.
- Pró-Reitoria de Permanência e Assuntos Estudantis (Prae): alguns serviços afetados; pagamentos de bolsas mantidos.
- Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe): alguns serviços impactados.
- Pró-Reitoria de Administração (PROAD): calendário de compras e cronograma de contratações suspensos.
- Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas: setores do DDP em greve.
- Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PROPESQ): coordenadoria do PIICT suspendeu atendimentos externos.
- Secretaria de Relações Internacionais (Sinter): atendimento parcial.
Campus de Araranguá, Blumenau, Curitibanos e Joinville
Diversos setores desses campi estão impactados pela greve. Para informações detalhadas, consulte os sites dos respectivos campi.
A manutenção do calendário acadêmico e a continuidade da greve refletem um cenário de incerteza e desafios para a comunidade acadêmica da UFSC, afetando tanto a rotina acadêmica quanto os serviços prestados pela universidade.