
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) enfrenta um cenário preocupante em 2025, com um déficit estimado de R$ 37 milhões. Segundo o reitor Irineu Manoel de Souza, o orçamento previsto para este ano permitirá a manutenção das atividades somente até outubro. A informação foi divulgada em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (13).
Para funcionar até o fim do ano, a UFSC estima que seriam necessários R$ 207 milhões, mas a previsão atual é de apenas R$ 170 milhões, considerando custeio e investimentos. Com isso, a universidade reforçou o pedido de aumento no orçamento durante discussões na Comissão Mista do Congresso Nacional, que analisará o plano financeiro do governo federal em 19 de março.
Para reduzir despesas, a UFSC já mapeou algumas medidas, incluindo a revisão de contratos com corte de serviços terceirizados, diminuição na frequência de limpeza e manutenção, e ajustes no uso de recursos tecnológicos. A economia estimada com essas ações chega a R$ 7,3 milhões. Contudo, mesmo com esses esforços, o valor não cobre o déficit projetado de R$ 35 milhões.
Além disso, cortes menores em áreas administrativas, como impressões, diárias e aquisição de equipamentos, já estão sendo implementados. Apesar disso, a universidade destaca que essas ações são insuficientes para resolver integralmente o problema financeiro.
A situação orçamentária da UFSC se reflete em um déficit acumulado de R$ 12,4 milhões apenas nos primeiros três meses de 2025, com despesas de R$ 43,4 milhões superando os R$ 31 milhões recebidos até agora. O reitor informou que a possibilidade de suplementação no orçamento é incerta, mas a universidade planeja mobilizar deputados, prefeitos, senadores e o governo estadual para pressionar o governo federal a ajustar os repasses.
— Estimamos que os recursos disponíveis durariam até outubro, mas não podemos permitir que isso aconteça — afirmou o reitor, destacando a urgência de buscar uma solução.
A UFSC aponta que, historicamente, houve uma redução de 53,17% nos repasses federais à instituição. Embora o reitor reconheça que uma reposição integral dos R$ 37 milhões seja improvável, a universidade defende a busca por recursos mínimos que assegurem a continuidade das atividades.
— Sabemos que não haverá reposição total, mas precisamos lutar por um mínimo que possibilite ao menos operar como no ano passado. Na ocasião, conseguimos renegociar R$ 17 milhões para o ano seguinte. Agora, buscamos soluções para evitar a interrupção do funcionamento — declarou o reitor.
O movimento por maior financiamento não é isolado. Em todo o Brasil, instituições federais, junto à União Nacional dos Estudantes (UNE), reivindicam um reforço de R$ 1,3 bilhão no orçamento para o setor.
Orçamento da UFSC para 2025
- Custeio (despesas gerais, exceto salários): R$ 164,4 milhões
- Investimentos (obras, equipamentos e ampliação do patrimônio): R$ 6,4 milhões
- Receitas próprias: R$ 48 milhões
- Suplementação solicitada pela UFSC: R$ 37 milhões
A gestão da UFSC reforça que o cenário exige a união de esforços para sensibilizar o governo federal e evitar que as dificuldades orçamentárias prejudiquem o calendário acadêmico e as atividades da instituição.