A vice-governadora Marilisa Boehm apresentou Santa Catarina como um destino viável para investidores e turistas irlandeses ao receber a embaixadora da Irlanda no Brasil, Fiona Flood. Na reunião, realizada na tarde desta segunda-feira, 4, Marilisa relatou que o trabalho do Governo do Estado para ampliar a quantidade de voos internacionais para SC facilita o acesso dos europeus para países do Mercosul e América Central.
“Trocamos ideias para várias parcerias. E a informação dela sobre um voo entre Dublin e Guarulhos, em São Paulo, é um facilitador para aumentarmos o intercâmbio com a Irlanda”, explicou Marilisa.
De acordo com a embaixadora, empresas do seu país têm interesse em aumentar os investimentos no Brasil. “Nós sabemos que 85% dos passageiros que desembarcam em Florianópolis saem de São Paulo. De lá, noventa minutos depois as pessoas podem estar aqui na cidade. Então, com certeza, temos oportunidades para explorar”, avaliou.
Primeira mulher a ser embaixadora irlandesa no Brasil, a diplomata elogiou o trabalho de Marilisa como defensora dos direitos das mulheres nas áreas de segurança e empreendedorismo feminino. Também citou que, entre os cerca de 80 mil brasileiros que vivem na Irlanda, há uma grande quantidade de mulheres que estão empreendendo e gerando renda e emprego na nação europeia.
Segundo ela, a conversa com a vice-governadora teve muita relevância. “Foi mais que importante para mim pessoalmente e para a Irlanda. Porque eu acho que o Estado de Santa Catarina e a Irlanda têm muita coisa em comum do ponto de vista da cultura, da economia e da cordialidade, fatos que podem fazer crescer nossas relações no futuro”, comentou.
Para a vice-governadora, a visita foi essencial também para aumentar a possibilidade de incremento nas relações comerciais catarinenses com os irlandeses. Segundo dados do Observatório Fiesc, no ano passado SC exportou US$ 5,64 milhões para a Irlanda, sendo que os produtos mais vendidos foram conservas de carnes (40,74%), madeira compensada (14,35%) e madeira MDF (11,95%). Por outro lado, as importações foram muito maiores: US$ 48,11 milhões, divididos em produtos imunológicos (44,73%), refrigeradores (22%) e reagentes de laboratório (8,83%).
Intercâmbio cultural e combate à violência em pauta
A embaixada da Irlanda vai celebrar os 50 anos de abertura das relações diplomáticas com o Brasil, em 2025, em uma programação envolvendo agendas culturais e econômicas. A existência de voos internacionais diretos para países da América Latina e América Central (Argentina, Chile, Panamá), além de uma conexão acadêmica e institucional do governo irlandês com a UFSC, faz de Florianópolis a cidade cotada para a realização de um festival de cinema internacional financiado pelo país europeu, no próximo ano.
A presidente da FCC, Maria Teresinha Debatin, manifestou o interesse em projetar também na Irlanda o cinema e as artes plásticas catarinenses, abrindo a possibilidade de parcerias para a realização de exposições naquele país.
Fiona Flood relatou que, por causa dos mais de 80 mil brasileiros que vivem na Irlanda, país com 5,3 milhões de habitantes e reconhecido pela economia centrada em alta tecnologia, as ações de colaboração e intercâmbio se justificam. No Brasil, a embaixada financia um programa para tradução da Lei Maria da Penha para diferentes idiomas, a fim de que mulheres imigrantes recebam as informações necessárias sobre seus direitos ao entrar no país. Em Santa Catarina, a comitiva irlandesa também visitará projetos sociais que terão investimentos anunciados em breve.
Marilisa teve a oportunidade de falar sobre as principais ações de Santa Catarina no combate à violência contra a mulher que ajudam o estado a ser o mais seguro do Brasil. Fiona Flood disse que pretende enviar as estratégias de seu país para conhecimento da vice-governadora e para trocas de informações entre a Irlanda e o estado catarinense. A Irlanda está implementando ações de tolerância zero à violência contra a mulher. Outros temas como ações de resiliência climática também foram comentados durante a reunião.
Também participaram da reunião o cônsul-geral da Irlanda no Brasil, Roberto Jackson, a cônsul-geral adjunta em São Paulo, Niahm Case, a professora Beatriz Kopschitz Bastos, do Núcleo de Estudos Irlandeses da UFSC, o diretor-presidente da SCPAR, Renato Dias Lacerda, e a consultora de Atração de Investimento da SCPAR, Caroline Canale.