A instituição financeira Banco do Brasil anunciou um lucro recorde de R$ 35,6 bilhões no ano passado, marcando um aumento de 11,4% em relação ao ano anterior. Para o atual ano, o banco tem projeções de lucro entre R$ 37 bilhões a R$ 40 bilhões, conforme divulgado durante a apresentação de seus resultados.
A presidente do banco, Tarciana Medeiros, destacou que a instituição concedeu mais de meio trilhão em créditos no ano passado. No último trimestre, o lucro líquido atingiu R$ 9,44 bilhões, registrando um crescimento de 4,8% em comparação com o mesmo período de 2022, superando as expectativas dos analistas, que estimavam um valor mais próximo de R$ 9,2 bilhões.
O desempenho financeiro coloca o Banco do Brasil ao lado do Itaú, que registrou um lucro de R$ 35,6 bilhões no ano passado, um aumento de 15,7% em relação a 2022, e à frente do Bradesco, que teve um lucro de R$ 16,3 milhões, uma queda de 21,2% em relação ao ano anterior.
A carteira de crédito ampliada do Banco do Brasil alcançou a marca de R$ 1,1 trilhão, apresentando um crescimento de 10,3% em 2023. Embora a inadimplência de 90 dias esteja abaixo da média do mercado, situando-se em 3,3%, houve um aumento desse indicador no último trimestre, passando de 2,81% no terceiro trimestre para 2,92% no final do ano.
Para o ano atual, o Banco do Brasil projeta um crescimento entre 8% e 12% na carteira de crédito total, com expectativa de aumento de 6% a 10% para o segmento de pessoa física. No agronegócio, o banco destinou R$ 120 bilhões na safra 2023/2024, elevando a carteira total para esse segmento para R$ 355,3 bilhões ao final de 2023, e prevê um crescimento entre 11% e 15% no crédito destinado ao agronegócio este ano.
O diretor de gestão financeira e de relações com investidores do Banco do Brasil, Marco Geovanne Tobias da Silva, observou que as provisões da instituição atingiram R$ 30,5 bilhões, representando um aumento de 82,3% em relação a 2022, refletindo uma tendência observada em outros bancos. O analista Mateus Haag, da Guide Investimentos, destacou que o crescimento da carteira foi bem distribuído entre os segmentos, ressaltando um aumento significativo de 13% no crédito agro. No entanto, Haag apontou um crescimento mais modesto nas receitas de serviços no quarto trimestre, com um aumento de 3,6%, abaixo das expectativas em comparação com outros bancos.