
No final de agosto, entre os dias 31 de agosto e 1º de setembro, formou-se um ciclone extratropical na Argentina — resultado de uma ciclogênese (formação de baixa pressão em níveis médios e altos da atmosfera) — inicialmente na região de Cuyo, estendendo-se até o Centro argentino.
No Brasil, especialmente no Sul, a circulação atmosférica provocou aumento da intensidade dos ventos. São esperadas rajadas médias de 40 km/h a 70 km/h, com possibilidade de alcançar até 80 km/h em áreas costeiras, no oeste e em pontos mais elevados da serra.
Em Porto Alegre e região metropolitana, as rajadas devem variar entre 50 km/h e 70 km/h, com chance de picos superiores devido à topografia local.
Santa Catarina e Paraná também poderão ser afetados, sobretudo no oeste e áreas serranas, com ventos de Leste a Norte e rajadas fortes.
A presença de um potente centro de alta pressão, acima de 1040 hPa, no Atlântico atuou como barreira que reteve o ciclone na Argentina, desviando sua trajetória rumo à Patagônia. Isso evitou impactos mais severos no Sul do Brasil.
Alertas
A combinação entre frente fria e o ciclone resultou em alertas para chuvas intensas, ventania e risco de tempestades, especialmente entre domingo (31/08) e quarta-feira (03/09).
Os ventos mais intensos são esperados na segunda-feira (1º de setembro), especialmente no litoral e serras.
Riscos e recomendações
O risco de danos estruturais consideráveis é avaliado como baixo, mas cortes localizados de energia elétrica, queda de galhos e destelhamentos não podem ser descartados.
Entre as recomendações estão: evitar estacionar veículos sob árvores ou estruturas instáveis, acompanhar atualizações da Defesa Civil e órgãos meteorológicos, e evitar áreas de risco nos trechos costeiros, serranos e regiões com relevo acentuado.
Panorama regional
Este episódio reforça o comportamento típico do início da primavera na região Sul: a interação entre massas de ar quente e sistemas frontais acarreta variação brusca de temperatura e ventos intensos. Embora menos impactante que eventos anteriores, como o ciclone bomba de julho de 2020 ou os ciclones de 2023, o fenômeno atual ainda exige atenção e preparação para eventos extremos.