
O prefeito de Criciúma, Vágner Espíndola Rodrigues, conhecido como Vaguinho, passou quase 24 horas nas ruas da cidade disfarçado como uma pessoa em situação de rua. A ação, realizada no dia 10 de julho, só foi revelada nesta segunda-feira, 29 de julho de 2025, e teve como objetivo vivenciar de forma direta os desafios enfrentados por essa parcela da população.
A experiência foi planejada em sigilo absoluto. Apenas a esposa do prefeito e uma equipe de filmagem, que utilizou câmeras escondidas, estavam cientes da iniciativa. Durante o período em que esteve nas ruas, o prefeito percorreu áreas centrais de Criciúma, como as praças do Congresso e Nereu Ramos, além de pontos com grande circulação de pessoas e trânsito intenso. Vestido com roupas simples e com aparência propositalmente descuidada, ele chegou a pedir ajuda nos semáforos e interagiu com moradores e comerciantes. Em determinado momento, passou próximo de seus próprios filhos, que não o reconheceram.
À noite, dirigiu-se à região do Pinheirinho, onde vive parte da população em situação de rua da cidade, nas proximidades dos trilhos do trem. Lá, passou a madrugada observando as condições em que essas pessoas sobrevivem. Na manhã seguinte, já no bairro Santa Bárbara, foi abordado por agentes da Assistência Social da prefeitura. Seguindo os protocolos estabelecidos, os profissionais ofereceram escuta, acolhimento e orientações. Foi nesse momento que o prefeito revelou sua identidade e encerrou a ação.
De acordo com Vaguinho, a experiência foi transformadora e servirá como base para ajustes e aprimoramentos nas políticas públicas da cidade. Ele afirmou que novos protocolos de atendimento às pessoas em situação de rua estão sendo desenvolvidos e serão apresentados à Câmara de Vereadores nos próximos dias. Entre as medidas previstas estão o fortalecimento dos serviços de acolhimento, a criação de novos fluxos de abordagem social e a ampliação de ações voltadas ao combate à dependência química e à vulnerabilidade nas ruas.
A ação do prefeito repercutiu amplamente entre moradores e autoridades locais. Enquanto alguns elogiaram a iniciativa como um gesto de empatia e comprometimento com a causa social, outros cobraram resultados concretos e de longo prazo. Representantes de entidades que atuam com assistência social esperam que a vivência sirva como catalisador para mudanças efetivas nas políticas de apoio à população vulnerável.
O prefeito afirmou que pretende manter o diálogo com essas instituições e com a sociedade civil para garantir que as medidas propostas sejam aplicadas de forma consistente. A expectativa é que a nova política pública seja votada ainda em agosto.