Enquanto muita gente de 20 e 30 anos reclama do cansaço, ou aos 60 começa a planejar a aposentadoria, dona Bernardina Angeli Fagundes, batistense, e com 104 anos de idade, só quer trabalhar. Nas últimas semanas ela foi destaque no jornal Notícias do Dia, Diário e G1, o portal de notícia da Globo. O caso de dona Dinha ganhou repercussão após postagem do secretário de Desenvolvimento de São João Batista, Plácido Vargas, nas redes sociais.
Aposentada desde os 65 anos, nos últimos 15 anos a ex-lavradora de São João Batista, ajudou a filha a produzir estopas de limpeza, do tipo usado em oficinas mecânicas, mas havia parado de exercer a profissão. Semanalmente, uma confecção de Porto Belo, levava até a casa de Dinha o material para produzir as costuras, mas com a morte do proprietário, a produção havia sido interrompida.
Ao G1, dona Dinha afirmou que gosta muito de trabalhar e ficou triste quando parou de receber as estopas. O trabalho não era feito por dinheiro, disse a aposentada Terezinha Fagundes, de 70 anos, filha de Dona Dinha. “Há dois meses, nosso patrão morreu, a produção parou e ficamos sem trabalho. Recebemos R$ 0,50 por quilo de costura, não trabalhamos por causa desse valor, mas para nos mantermos ocupadas”, contou.
Durante um passeio na localidade Colônia Dona Dinha encontrou o secretário Placido, que se sensibilizou com a história e postou no Facebook. “Se, aos 104 anos, Dona Dinha procura emprego, nós vamos ajudar’”, contou. A foto de Dinha no sofá de casa com um sorriso no rosto foi parar nas redes sociais junto ao relato sobre a tristeza por estar sem trabalho. A informação chegou aos filhos do antigo patrão e Dinha foi “recontratada”.
Mãe de três filhos e viúva há 65 anos, Dinha mora com a filha Terezinha. Dona Dinha acorda às 6h, toma café feito no fogão à lenha e começa a trabalhar. Ela e a filha também criam galinhas e pintos. Segundo a prefeitura de São João Batista, Dona Dinha é considerada a moradora mais antiga da cidade.