Uma frente ampla está sendo criada com PP e outros 10 partidos para a eleição deste ano. Nomes de candidatos já foram ventilados, pesquisas ganharam as ruas. Números foram colocados à mesa e as conversas seguem, em passos largos nos bastidores. Publicamente, no entanto, a palavra de ordem é a discrição. Os partidos que formam o ´blocão´, defendem a candidatura do ex-prefeito Aderbal Manoel dos Santos (PP), e o vice poderá sair do PSB.

Os movimentos atuais são regidos por duas forças políticas e empresariais do município: os empresários Aderbal e Laudir Kammer (PMDB), o Alemão. Um foi vereador e prefeito por dois mandatos, já o segundo disputou uma eleição como vice e outra na cabeça de chapa. Venceu a disputa, mas o cargo ficou com Daniel Cândido (PSD). Construção da nominata neste ano passa obrigatoriamente por eles.
Para o Partido Progressista e siglas aliadas, no entanto, não basta que Aderbal trabalhe na articulação, querem ele nos ‘santinhos’ e palanque como candidato. Algo que o próprio ex-prefeito fez questão de não confirmar até agora. Para ele um novo nome teria seu apoio. No final das contas, caso não chegasse a uma solução, ai sim, aceitaria o desafio de buscar um novo mandato. Para os correligionários são as pesquisas internas que forçam essa alternativa.
Com dois mandatos de prefeito, deixando o governo em 2012 com grande aprovação popular, Aderbal teria folego, discurso e poderia convergir em um projeto amplo, negociado com os partidos que devem participar da coligação. No entendimento de seus apoiadores e advogados, as questões jurídicas não seriam empecilho para a candidatura. Outro ponto a favor seria a capacidade de aglutinação do ex-prefeito que nos últimos meses somou apoios.
O ex-prefeito Jair Sebastião Nonga de Amorim se tornou aliado. Reconstruiu o relacionamento com o empresário Laudir Kammer, na qual foi sócio nos anos 80 e 90, e vem atraindo um grande leque de lideranças. Reaproximação deles iniciou com a entrega do Titulo de Cidadão Batistense pela Câmara e mais recentemente um jantar em cidade do litoral, onde as questões entre ambos foi colocada na mesa.
Nos bastidores já é dado como certo, inclusive, o lançamento de uma das nominatas mais fortes do PP em uma eleição na cidade. Essa tem sido a prioridade de Santos. Ampliar a representatividade do partido na Câmara de Vereadores. Um grupo grande de filiados no partido já está se mexendo para colocar as bandeiras na rua.
Durante a gestão de Aderbal Manoel dos Santos, a cidade experimentou um período de prosperidade e execução de centenas de obras. Como marco, a criação do Serviço de Infraestrutura, Saneamento e Abastecimento Municipal (Sisam). Mais de 200 ruas foram pavimentadas. Uma segunda ponte foi construída no centro. Além de postos de saúde, creches entre outras. O crescimento econômico e demográfico atingiu o maior nível neste período.
Mesmo com essas credenciais, o ex-prefeito tem defendido outras posições publicamente, deixando aberta hipótese de outro nome, que pode ser até mesmo de outro partido, como PSB. Ainda assim, Santos mantém ritmo de conversas, articulações e visitas. Se pessoalmente esconde o jogo, tem quem já garanta que é candidato. Só estaria aguardando o momento certo para oficializar. Tempo ao tempo e as cartas vão sendo mostradas.
Há poucos dias a Executiva Municipal do PP se reuniram e o conteúdo do encontro ficou nas quatro paredes. Ninguém se manifesta oficialmente. Sejam pelas pesquisas internas, pressão dos aliados, desejo pessoal, ou mesmo a conjuntura que se formou nos últimos três anos, palanque deverá ser dele. Faltam as definições e é nesse ponto que os esforços estão concentrados.
Rumo diferente
As articulações de Aderbal levam o debate político e a própria eleição no município para outro rumo. Aliança com o empresário Alemão muda a conjuntura, reduz a polarização e deixa sem efeitos práticos o termo ‘colas-brancas e pretas’. As duas vertentes sempre giraram em torno dos dois empresários.
Políticos do baixo clero sempre se utilizaram dessa divisão para ir ao sabor da maré. Terão que a partir de agora se firmar em um local, sob-risco de morte política. Não há mais espaço para joguinhos ou flertes tentando conseguir algum benefício. De imediato a incorporação de Laudir Kammer nas conversas quebrou um paradigma em São João Batista.
Já é nítido o endurecimento das conversas. A ordem é que embarquem no projeto quem estiver disposto a defender a ‘vestir a camisa’, caso contrário, a porta da frente tem sido serventia. Os rangeres de dentes já são ouvidos. Acostumados a negociatas e favores e vendo que não tem mais pra que lado ir, alguns tem sido fervorosos em atacar o aperto de mão de Aderbal e Laudir.
Se o rumo for mantido, a principal vitória da disputa eleitoral já foi conquistada: a quebra de uma tradição que criou empecilhos ao próprio desenvolvimento da cidade. Ao lado da política, com as colas mais neutras, as questões econômicas do município também são beneficiadas. Esse é o primeiro saldo de 2016.