Gian Voltolini não participou da reunião dos partidos da base no domingo (29). Evitou o confronto e a cobrança cada vez mais ruidosa, para que cumpra a palavra e ceda lugar para o PSDB. Estão se digladiando nos bastidores, e a disputa não dá sinais de arrefecer. Agora atingiu níveis públicos também com guerra de informações, em jornal local.
Mesmo com a confirmação de que Orivan Orsi (PSDB) será candidato, Gian (PP) também mostrou disposição em se manter na briga. Ficou evidente na reunião que aconteceu no dia 15. Orsi reafirmou sua vontade de encabeçar a chapa, e Voltolini também.
Orivan foi capa do Jornal O Trentino, aumentando o clima de animosidade nos bastidores. Semana seguinte, no mesmo jornal, nota informava a pré-candidatura do pepista. Na contramão o PMDB já consolida seu entendimento, firmando Sandra Regina Eccel como candidata, podendo compor com o ex-prefeito Godofredo Tonini, o Godói, do PR. PMDB que vem assistindo com certo entusiasmo as brigas internas na coligação governista.
De incerteza às incertezas, a condenação do Paulo Eccel, ex-prefeito de Brusque, na terça-feira (24) tem os sinais e conteúdo que podem eliminar as chances de candidatura de Orivan e Gian. Trás argumentos; se não julgados até outubro; para o PMDB sambar na cara dos governistas. Revela uma história que pode alterar completamente o jogo de forças em Nova Trento. Afinal de contas, o que condenou e deixou Eccel fora da prefeitura e inelegível por oito anos foi a mesma matéria que se analisa sobre Voltolini, Orivan e o vice Josemar Franzói.
Com a proximidade do inicio da campanha, é possível que os nervos cheguem a flor da pele e as farpas causem feridas graves. Não está descartada, inclusive, uma cisão na coligação colocando Orivan e Gian em trincheiras diferentes. Se o momento pede calma e diálogo, na terra de Santa Paulina estão indo para o confronto direto. Pode acabar com o sonho de mais um mandato para ambos os partidos.
Gian tem acionado lideranças políticas da região e até mesmo representantes do PP a nível nacional, para tentar convencer o PSDB a entregar o posto. Os tucanos e alguns partidos da coligação estão irredutíveis. Pregam que acordos foram feitos para que se cumpram. Exigem que o estabelecido em 2012 seja aplicado agora. Ou seja, o tucanato teria o direito de indicar a cabeça da chapa. Pedro Piva, do PP, firmou na reunião do dia 15 que defende exatamente essa nuance. Cumpra-se o acordo.
Não se pode afirmar qual será o desfecho da queda de braço entre PSDB e PP em Nova Trento. Neste momento ambos partidos vem somando prejuízos políticos, em desgastes que podem interferir diretamente no resultado da eleição em outubro. Alguém está disposto a ceder? Até aqui não. A única frase, repetida a exaustão pelos partidos da bases, é que Gian cumpra com a palavra dada em 2012. Afinal, é no bigode que o acordo se sustenta.
