Lamentamos, mas o candidato faltou ao debate

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Não foi um debate. Transformou-se em sabatina, já que o candidato Daniel Cândido (PSD) decidiu não comparecer. Tentaram pela via judicial, mas não tiveram êxito. Alegação de falta de segurança não passou de justificativa para fugir do debate, limar o eleitorado de uma última chance de conhecer as propostas e um dano a democracia. Desde a semana passada partidários de Cândido já afirmavam que ele não compareceria no evento.

Resultado do debate do sábado foi o principal motivador para desistência. Essa, no entanto, não é prática nova adotada pelo candidato. Desde a fundação da Super FM, em março de 2015, servidores, secretários e o próprio ex-prefeito se negam a responder qualquer questionamento da emissora. Inúmeros contatos foram realizados por telefone, e-mails e mídias sociais. Sem sucesso.

whatsapp-image-2016-09-27-at-20-56-28Nas últimas semanas, Daniel e seus advogados entraram com processos para tirar matérias do ar, em sinal claro de desrespeito a liberdade de expressão. Sentimos muito que esse processo eleitoral esteja sendo marcado pela arbitrariedade e a decisões que violam o direito de expressão e de imprensa. Pleito eleitoral que deve ficar marcado na história da cidade.

Violência que foi estimulada antes mesmo do início do processo eleitoral, com áudio do candidato a vice-prefeito Pedro Alfredo Ramos, o Pedroca, pregando a violência entre seus simpatizantes. No áudio que ganhou as redes sociais, Pedroca afronta diretamente o espírito eleitoral e apela para o sangue quente de uma plateia já estimulada pela disputa política.

Debate realizado pela Super FM foi assinado por ambas as coligações, que aprovaram as regras. A Polícia Militar foi oficiada para garantir a segurança nas imediações da Câmara de Vereadores. Um grupo de 35 seguranças foi contratado pela emissora para garantir a segurança da equipe de trabalho, dos candidatos e dos eleitores que estavam assistindo ao debate tanto na parte interna quanto externa da Câmara de Vereadores.

Como apontou o próprio juiz eleitoral, a justificativa para cancelamento do debate não se sustentava em fatos. Como muitas das alegações feitas pelo candidato, que não encontram guarida na realidade e se baseiam em meras peças publicitárias. Em sinal de desrespeito, Daniel Cândido realizou ainda uma transmissão ao vivo no Facebook, no mesmo horário do debate programado pela emissora.

Temos convicção de que a tentativa de cancelar o debate afronta o estado brasileiro de direito e as leis que garantem o livre exercício da democracia. Foi também uma afronta ao sagrado direito dos eleitores em conhecer melhor seus candidatos. Lamentamos, mas esse processo eleitoral deve deixar uma nódoa, que o tempo dirá ter sido repugnante. Dos dois candidatos que disputam a eleição em São João Batista, um deles participou de todos os atos convidados, mesmo tendo que entrar na emissora de um dos coordenadores de campanha do opositor. O outro decidiu macular o que temos de mais sagrado: a democracia.

Lamentamos profundamente, que o embuste, a mentira e a distorção de valores ainda ganhem guarida em uma terra que deveria ter avançado. De um candidato que debocha dos eleitores acusando as manifestações públicas de gincana. Que não se furta em fazer ataques de ordem pessoal, quando a população necessita de propostas e ideias para que a cidade evolua. O debate proposto pela Super tinha esse objetivo: dar uma chance a mais para que os eleitores definam seu voto.

Lamentamos que os áudios falsos estejam sendo disparados nas redes sociais, com a voz da esposa de um dos coordenadores da campanha e proprietário de rádio, tentando implantar o medo no eleitorado. É do crime contra o subjetivo direito da informação, para o dano coletivo. Armas já usadas em eleições anteriores.

A marca deixada por esse momento vai assombrar a história de São João Batista. O dia 2 marca o fim das eleições, e independente do resultado, Cândido já terá gravado seu nome na história. Um país que tem uma democracia jovem, mas pujante. Um país que defende as liberdades individuais, de pensamento e imprensa, não podem aceitar que registramos cenas como essa. A decisão do candidato Daniel Cândido em usar esse tipo de artifício, deve persegui-lo daqui por diante.

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