Lugar de debate de projetos é no plenário da Câmara e, lógico, nas comissões do Legislativo. Por isso soou estranho a declaração do vereador de São João Batista, Leôncio Paulo Cypriani (PMDB), ao dizer que não discute mais projetos na casa, durante a sessão de segunda-feira, 14. Entre os assuntos que a situação não quis debater está o aumento da Cosip.
De acordo com ele, o principal motivo seria “as pessoas mal intencionadas que usam sua fala e fazem o que querem”. No entanto, abre margem para uma questão. A quem interessa não debater projetos que necessitam do debate no Poder Legislativo? Sim, ao prefeito e aos próprios vereadores de situação. Se não há discussão, o desgaste é menor perante o público. Mas, e como fica um dos principais pilares do Legislativo, o debate de ideias e projetos?
E, convenhamos, chegar a dizer de que vai “seguir o que foi combinado com o prefeito e equipe, na reuniões matinais das segundas-feiras, é o mesmo que se furtar a uma das essências do Legislativo. Literalmente, se toma café com o Executivo e, depois, empurra-se de goela abaixo ‘qualquer’ aumento que faz diferença no bolso do cidadão.
As reuniões são apenas com os vereadores de situação que, desta forma, estão a seguir a cartilha do Executivo. As votações desse ano mostram isso. Se vota ipsis litteris como é combinado.
E nem se pode utilizar o argumento de que é seis a cinco e pronto, como falou o vereador Almir Peixer (PSD), o Déi, algumas sessões atrás. Por um lado, o pessedista está certo. Quando o assunto é polêmico – aumento de água, cosip e etc – é seis a cinco mesmo. E, gora, sem debate. Por outro lado, por diversas vezes, oposicionistas votaram pró Executivo, pois entenderam que há projetos que necessitam ser aprovados. O problema é que os que necessitam de reprovação nunca serão reprovados.
Se continuar nesse ritmo, não será nada estranho se, em breve, se fechar o Poder Legislativo e entregar a chave na Prefeitura. Será que caminhamos para a monocracia? Pois então!