Operação deflagrada na segunda-feira (24) em São João Batista, Major Gercino e outros municípios da Grande Florianópolis deverá ter novos desdobramentos. A procuradora de Justiça, Sonia Piardi, afirmou em entrevista coletiva que as investigações se estendem a outros municípios e regiões, envolvendo outros servidores e políticos.
Há indícios de ramificações do esquema em São João Batista envolvendo políticos de diversos partidos e membros da oposição e situação. Além dos pacientes que eram encaminhados para o Hospital Celso Ramos, alvo dessa primeira etapa, outros eram levados para outras regiões do estado. Há registros, inclusive, de pacientes sendo levados para fora do Estado, como em Curitiba.
O caso não estaria relacionado a um único partido, mas como prática habitual que usava inclusive a estrutura de secretarias e hospitais municipais. Com o aprofundamento das investigações e novas operações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), a estrutura deve ganhar luz.
“Nas investigações surgiram um número incontável de beneficiários e de intermediários. Temos investigações em andamento em demais áreas do estado”, diz a procuradora Sonia Piardi. Os indícios colhidos pela investigação serão cruzados com os depoimentos dos envolvidos. Alguns já se dispuseram a dar detalhes de como funcionava o esquema.
Operação “Ressonância” apura crimes de Falsidade Ideológica; Inserção de Dados Falsos nos Sistemas de Informação; Corrupção Passiva; e Crimes Eleitorais; envolvendo cinco agentes públicos e terceiros, os quais basicamente, estariam sistematicamente violando a fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS) para realização de exames de ressonância e tomografia, por intermédio de procedimentos irregulares e cobrança de valores dos pacientes.
Promotoria de Justiça da Capital, com o apoio do GAECO/Florianópolis, começou a investigação em novembro de 2015, após receber denúncia da Secretaria Estadual de Saúde. A investigação apura sofisticado esquema paralelo e escuso, que visa captar pacientes de diversos municípios, com necessidade de realização de consultas e exames no SUS, manipular o agendamento de consultas, exames e procedimentos médicos (cirurgias e principalmente exames de ressonância magnética).