Segurança Pública é o calcanhar de aquiles dos municípios. É também o tema mais explorado demagogicamente por políticos fanfarrões em momentos positivos, mas que tiram o ‘corpo fora’ quando a situação se agrava. São João Batista não foge a regra, e de reunião em reunião, foto em foto ou políticos vão engabelando a população.
Ao primeiro sinal de ‘ondas de roubos e furtos’ como os registrados no final de 2015 na cidade, o discurso ganha a tônica que essa é uma responsabilidade do Estado, e que as prefeituras pouco podem fazer. Fazem peregrinação na capital participando de pseudos audiências que não saem das folhas de discursos e embuste. A criminalidade não arrefece e os índices vão crescendo, na medida do ‘beicinho’ de nossos representantes.
Nesta quarta-feira (21), Daniel Cândido (PSD) publicou uma imagem ao lado do comandante do 12º Batalhão de Policia Militar, comemorando uma suposta redução nos índices de furtos na região, e afirmando que o município estaria investindo nesse setor. Cândido construiu ai um factoide, distante da realidade. Estamos inseguros, e os bandidos seguem fazendo vítimas na cidade. Os relatórios da própria PM joga água na comemoração oficial.
Na tentativa de tirar proveito político em uma visita ao comandante, o prefeito batistense deixou de analisar os índices reais: os relatos diários de violência na cidade, que nem sempre são notificados. Mesmo o aumento do efetivo policial, louvado por Cândido, fica aquém do necessário. Novos agentes deslocados à Capital Catarinense do Calçado apenas substituíram outros que deixaram à ativa. Reposição que não representou evolução no quadro da militar.
Proporcionalmente a cidade ainda possui o mesmo número de efetivo de 1989, quando São João tinha apenas 12 mil habitantes. E a expectativa que a PM ganharia nova sede, abrigada no prédio do antigo Posto de Saúde, ao lado da Câmara de Vereadores, também se perdeu. O Governo do Estado suspendeu os investimentos e a doação do edifício deve retornar para prefeitura. A polícia seguirá sem sede própria e local adequado as necessidades de uma cidade que tem agora 35 mil habitantes.
Aos querer assumir um bônus irreal, a Prefeitura Municipal precisa engolir junto o ônus. Se os fatos levam a crer que Segurança Pública é responsabilidade do Governo do Estado, pode a Administração ter boa vontade em pressionar ou adotar medidas que aumentem a proteção do cidadão. Abandonando investimento na nova sede da PM no município, o Governo do Estado também envia sinal que a transformação da corporação em batalhão, não está entre suas prioridades. Passivamente a gestão municipal, aceita.
Não há foto que baste para gerar ‘sensação de segurança’. É necessário construir políticas de investimento contra a deterioração dos efetivos policiais e ainda em melhorar as condições de trabalho dos agentes. Redução nos índices de roubos e furtos na cidade são factoide e peça publicitária, distante da realidade do noticiário. O batistense continua sendo vítima da omissão e dos bandidos, e os políticos continuam prometendo soluções que não chegam. Entre os factoides e fatos, o último desmente o primeiro.