Verbalizando ou não, muitas pessoas possuem em algum nível, medo de ser enterrado vivo. Essa fobia tem até um nome: a tafofobia. Medo que é nutrido por histórias passadas por gerações e que mexem no imaginário popular. São João Batista também contribui para essa fobia com um caso contado por décadas na cidade, e que inclusive já foi eternizado em livro.
Em meados da década de 1960 um acidente envolvendo o agrônomo da Associação de Crédito e Assistência Rural do Estado de Santa Catarina, a extinta Acaresc, hoje Epagri, chocou a comunidade batisteste. Na madrugada de um sábado, doutor Jair, como era conhecido, vinha de uma festa conduzindo um jeep, quando perdeu o controle do veículo, que desgovernado caiu no rio Tijucas, na ponte velha.
Tragédia sensibilizou os moradores da pequena São João Batista. O corpo do agrônomo foi preparado e levado para o velório na sede da Acaresc, onde ficaria por oito horas. Durante as homenagens fúnebres a morte do doutor Jair foi ganhando outros contornos, e gerando mais impacto na comunidade. Algumas pessoas que estiveram próximo do caixão, saíram afirmando que teriam visto o corpo se mexer. E a história foi como rastilho de pólvora.
Sem levar em conta as afirmações, seguiram-se as homenagens ao morto, e após a missa o corpo foi sepultado no Cemitério Municipal. Cerca de duas semanas depois do enterro, os parentes paulistas do doutor Jair solicitaram a exumação do corpo, para ser transferido para São Paulo, onde morava a família. Curiosos e autoridades se reuniram para a abertura do caixão, e quando a tampa foi retirada ficaram todos chocados.
De acordo com relatos da época, a cena era de terror e gerou pânico nos presentes. O corpo do agrônomo estaria virado debruço e o caixão completamente manchado de sangue. Quem assistiu a exumação garante que o homem foi enterrado vivo e teria acordado dentro da urna funerária após o sepultamento. Até hoje a história é contada em São João Batista, e aterroriza muita gente.