Um dia de muita alegria, com fogos de artifícios, aplausos, músicas e discursos. A inauguração do Ginásio de Esportes Manoel Sertório Alves, o Manecão, foi uma verdadeira festa e tornou-se a grande novidade naquele longínquo ano de 1984, precisamente no dia 10 de outubro.
De lá para cá, passaram-se 33 anos de fundação e, há quatro anos e meio, no início da primeira gestão de Daniel Netto Cândido, o local foi interditado, com a promessa de reestruturação. Infiltrações devido aos buracos no telhado, e problemas no piso da quadra foram apontados como argumentos para o fechamento das portas. Desde então, o local está mais conhecido por ponto de uso de drogas do que aquela bela praça esportiva, que era o xodó dos batistentes. “O Manecão faz parte de nossa história esportiva. Foi o primeiro ginásio da cidade”, lembra o desportista Antero Alexandre da Silva Filho.
Antes deste local, os amantes do futsal, voleibol e handebol se revezavam em jogar nas quadras das escolas estaduais ou na do antigo Estádio Valério Gomes Neto, quando este era de propriedade do Usati Social e Recreativo. “Então, a inauguração deste ginásio foi uma grande novidade para os amantes do esporte”, destaca Antero, ao relatar que a obra foi inaugurada pelo então prefeito Sinézio Octaviano Dadam, o Néio.
Antes, o barulho dos atletas em quadra, os assovios dos tênis que deslizavam nos tacos de madeiras, o suor que pingava até rolar ao chão, e a euforia das torcidas que, com o eco estridente das vozes no teto, aumentava o volume a ponto de quase ensurdecer os espectadores nas arquibancadas. “Era uma atmosfera muito legal no Manecão. Era muito bom fazer jogos neste ginásio. Uma pena que esteja assim abandonado”, destaca o radialista Moacir Muniz, ao lembrar de tantas jornadas esportivas neste local.
E o Manecão não era somente para o esporte. Formaturas, apresentações de danças, shows e as tradicionais gincanas eram outras atividades desenvolvidas. Agora, está ao relento, pichado, sujo, abandonado, com mato e entulhos, jogado a própria sorte.
O que diz a Administração Pública
Ao interditar o local em 2013, a promessa era de que um novo Manecão iria ser reconstruído. Inclusive, a imprensa já havia abordado o assunto em 2015, até mesmo o processo de empréstimo iniciou nesta época. No papel, um capricho, Na prática, uma espera indesejada. Veio o período eleitoral e a publicidade de que os recursos estavam garantidos. Era questão de tempo, que perdura até esta semana, e que ficará para, no mínimo, 2018.
De acordo com o Poder Público, a Câmara de Vereadores aprovou o pedido de empréstimo que, desta forma, foi enviado ao Tesouro Nacional. Este órgão demorou um tempo para aprovar, e fez isso no mês de maio de 2016. Então veio o período eleitoral, o que impossibilitou a obra de iniciar. “O dinheiro estava garantido. Mas depois da campanha, não responderam aos questionamentos do BRDE. Esse ano, o prefeito Daniel assumiu e retomou esse e outros projetos. Em março, eles responderam que, como não havia retorno no fim de 2016, o empréstimo foi perdido”, informa a Assessoria de Comunicação da Prefeitura.
Desde então, o prefeito municipal destaca que há duas prioridades para o início desta gestão: reconstruir o Ginásio de Esportes do Manecão e pavimentar com asfalto a Rua Vicente Marcos da Silva, bairro Tajuba II, até interligar com a Rodovia SC 408, próximo ao Jardim Firenze.