O chanceler do Irã, Abbas Araghchi, reuniu-se nesta semana com representantes da União Europeia e dos governos do Reino Unido, França e Alemanha, em uma tentativa de encontrar uma saída diplomática para o atual conflito entre Irã e Israel. O encontro ocorreu em Genebra, marcando a primeira rodada oficial de negociações desde o início das hostilidades no dia 13 de junho.
O conflito se intensificou após o lançamento da “Operação Leão Ascendente” por parte de Israel, que teve como alvo instalações militares e nucleares iranianas, resultando na morte de importantes figuras do setor de defesa do Irã. Em resposta, Teerã lançou uma ofensiva com centenas de mísseis e drones, que causaram dezenas de mortes em solo israelense, incluindo vítimas civis.
Os chanceleres europeus envolvidos na reunião — David Lammy (Reino Unido), Jean-Noël Barrot (França) e Johann Wadephul (Alemanha) —, juntamente com o Alto Representante da União Europeia para Relações Exteriores, enfatizaram a necessidade urgente de um cessar-fogo e da retomada das negociações nucleares. O bloco europeu tenta aproveitar o que considera uma janela diplomática limitada para evitar uma escalada regional.
Durante o encontro, os europeus propuseram que o Irã suspenda o enriquecimento de urânio em níveis próximos aos de armamento, em troca de garantias diplomáticas e eventual suspensão de sanções. Contudo, Abbas Araghchi descartou qualquer acordo enquanto os ataques israelenses continuarem. O chanceler também reiterou que Teerã não aceita mediações dos Estados Unidos, acusando Washington de cumplicidade com Tel Aviv.
Do lado norte-americano, o presidente Donald Trump indicou que dará um prazo de duas semanas antes de decidir por uma eventual intervenção militar direta, mantendo a possibilidade de atacar o complexo nuclear subterrâneo de Fordow caso a via diplomática não avance.
Especialistas avaliam que esta rodada de negociações representa uma das últimas oportunidades para evitar a ampliação do conflito. A expectativa é de que novas reuniões ocorram nos próximos dias, caso ambas as partes demonstrem disposição para recuar.
A situação permanece volátil, e o futuro da região dependerá fortemente das decisões que forem tomadas nas próximas duas semanas, tanto em Teerã quanto em Washington.