Dados da Epagri/Ciram informam que a entrada de uma frente fria associada a um sistema de baixa pressão no Oeste do Estado, na próxima sexta-feira, 9, vai trazer chuva forte e temporais isolados, com ventania e granizo em várias regiões catarinenses. Durante o final de semana, o tempo deve seguir instável, com totais mais elevados de chuva do Planalto ao Litoral.
Essa é uma condição frequente em Santa Catarina, pois devido à sua posição geográfica e ao relevo acentuado, o Estado sofre forte influência de frentes frias, massas tropicais e polares que atravessam o seu território, principalmente durante a primavera e o verão. Na prática, essas condições climáticas podem trazer consequências severas para a população, inclusive a interrupção do fornecimento de energia elétrica.
Por se tratar de ação climática, a Celesc não tem como eliminar o problema e evitar a falta de energia, mas a empresa trabalha permanentemente para minimizar as suas consequências. As ações para isso são desenvolvidas em várias frentes: a construção de novos alimentadores com rede compacta e/ou isolada, a disponibilização de equipes extras nos períodos mais críticos, a modernização da comunicação com as equipes de campo, a automação da rede com a instalação de religadores automáticos que registram rapidamente os locais afetados pela falta de energia e religam trechos por meio de comando à distância, diminuindo o tempo para restabelecimento da energia.
Emergências – A maior parte das faltas de energia ocorre por conta do lançamento de árvores, galhos, objetos metálicos e telhas sobre a rede elétrica e, dependendo da força dos ventos e das descargas elétricas, até postes e transformadores são arrastados ou danificados, interrompendo o fornecimento de energia.
A Celesc trabalha para restabelecer o sistema no menor tempo possível e suas ações visam atender rapidamente o maior número de unidades consumidoras com segurança. Porém, restaurar a energia elétrica depois de tempestades envolve uma sequencia grande de procedimentos, além de fechar chaves ou retirar objetos das linhas de distribuição: “Muitas vezes, é uma operação que envolve desde a avaliação dos estragos, quantidade de ocorrências, localidades atingidas, priorização dos serviços, chamada e organização de equipes adicionais até convocação de apoio técnico ou administrativo”, afirma o presidente da Celesc, Cleverson Siewert.
“Além disso, existe uma ordem de prioridades legais e técnicas que sempre será seguida. É importante lembrar que todas as ações tomadas precisam considerar a natureza e a gravidade do problema”, completa.
Quando acontecem tempestades e vendavais, os eventos que afetam subestações e redes de distribuição principais (alimentadores), são percebidos automaticamente pelo sistema supervisor da Celesc. Nesse momento, são iniciadas, nos Centros de Operação, pelos operadores do sistema, as primeiras ações para solução das ocorrências e o despacho de equipes para resolver os problemas em campo.
Por ordem de gravidade e prioridade, a Celesc deve eliminar primeiramente qualquer risco para terceiros. Depois, em sequência, são checadas e reparadas as subestações, redes de distribuição principais, redes de distribuição secundárias e, por último, os casos individuais: “Portanto, alguns consumidores podem ter falta de energia por um período maior do que outros. Isso ocorre exatamente por motivos técnicos de segurança”, esclarece Siewert.
Segurança – Em qualquer circunstância, o consumidor deve tomar cuidado para priorizar sempre a sua segurança pessoal. Veja as principais dicas da Celesc:
1) Por conta da força dos ventos e da chuva, pode haver queda ou rompimento de fios da rede elétrica. Sempre mantenha distância desses cabos e não toque, em nenhuma hipótese, em fiação solta ou partida. Comunique a Celesc sobre a situação imediatamente por chamada gratuita para o número 0800 48 0196;
2) Lembre-se: a água conduz eletricidade com facilidade. Por isso, não tente atravessar áreas alagadas em que haja cabos elétricos caídos porque o risco de receber um choque elétrico nessas condições é altíssimo e, geralmente, fatal. Dependendo da tensão (“voltagem”) do cabo caído, a proximidade com essa água já pode ser perigosa, mesmo que a pessoa não toque na fiação;
3) 3) Durante tempestades com raios, nunca permaneça em áreas abertas como praias, parques, praças ou campos com muita vegetação, pois há grande perigo de ser atingido por uma descarga elétrica;
4) Durante a ocorrência de descargas elétricas, pode haver uma sobretensão (tensão acima da normal), que se propaga pela rede elétrica e pode chegar às instalações particulares. Nesse caso, uma rede que funciona em 220 volts pode receber uma descarga de milhares de volts (por exemplo, 5 mil volts ou até mais). Esse pico de energia pode entrar na rede elétrica interna das instalações e pode danificar os aparelhos conectados nas tomadas, independente de estarem ligados ou não. Por isso, durante chuvas fortes com raios, retire todos os aparelhos da tomada até que a tormenta passe. Evite também usar telefone, TV e internet por cabo, uma vez que uma descarga elevada também pode percorrer essas fiações;
5) Não tome banho de chuveiro elétrico durante chuva com raios, pois caso haja uma sobretensão, uma parte da descarga elétrica pode ser transferida para a água, gerando risco de choque elétrico grave. Embora a possibilidade desse tipo de acidente seja pouco comum, sempre é preferível prevenir;
6) Inundações ou chuvas fortes podem atingir as partes metálicas de dispositivos elétricos ou danificar a isolação de fios e cabos elétricos. Assim, imediatamente após o evento, desligue a chave geral do imóvel e verifique as condições das instalações e, mais importante, chame um profissional para fazer a limpeza correta de todos os pontos de energia afetados pela água, retirando o barro e limpando interruptores, tomadas, caixas e fios.