A celebração de solene culto de ação de graças, às 9h de domingo, 05, na Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Brusque, marcou o início das comemorações dos 150 anos de fundação da Colônia Imperial Príncipe Dom Pedro, na confluência do ribeirão Águas Claras com o rio Itajaí Mirim, em 10 de março de 1867.
O culto foi oficiado pelo pastor Edélcio Tetzner, pároco da Paróquia Bom Pastor. O prefeito de Brusque, Jonas Oscar Paegle, o representante do governador Raimundo Colombo, Ewaldo Ristow Filho, e o Deputado Serafim Venzon participaram. O prefeito de Guabiruba, Matias Kohler, e seu vice, Valmir Zirke, acompanharam a celebração ao lado de suas esposas. O presidente do Conselho de Pastores de Brusque, Marcos Antônio da Silva Fagundes, também prestigiou o ato inaugural do Sesquicentenário, juntamente com o escritor radicado em Blumenau, Aloisius Carlos Lauth.
Tetzner declarou que “o Culto de Ação de Graças, na abertura das comemorações do Sesquicentenário de uma colônia multiétnica, como é o caso da Colônia Imperial Príncipe Dom Pedro, pôs em evidencia a religiosidade que ultrapassa barreiras e nos permite celebrar a vida, a história e a comunhão com Cristo”. O Pároco enfatizou que “olhar a história de um povo é sentir o seu legado, é reencontrar-se. Por isso, nosso reconhecimento e gratidão àqueles que desempenharam significativa contribuição cultural e social, educacional e religiosa para o desenvolvimento da nossa região”.
O prefeito de Brusque, Jonas Paegle, enalteceu a iniciativa, liderada pelo historiador Paulo Vendelino Kons, e disse que fará tudo que for do alcance da administração municipal “não apenas para resgatar a história, mas para perenizar a memória e os ensinamentos dos que construíram Brusque e região”.
Representando a Assembleia Legislativa, o deputado Serafim Venzon declarou que “lembrar de onde viemos aumenta o entusiasmo e o compromisso da atual geração de promover as transformações que nos cabem para construir um futuro melhor”. Venzon enalteceu os organizadores do Sesquicentenário e elogiu a atuação da comunidade luterana na preservação da história.
O prefeito Maias Kohler observou que “a abertura das comemorações dos 150 anos de fundação da Colônia Imperial Príncipe Dom Pedro com o culto da Igreja Luterana retrata a importância da religiosidade dos imigrantes que colonizaram estas terras.
Guabiruba se fez presente neste ato como forma de reconhecimento e valorização da história para com aqueles que no desafio do início desta colonização souberam superar todos os desafios e construir a base do nosso desenvolvimento atual”.
Em seu pronunciamento durante a celebração, o Presidente da Comissão Organizadora do Sesquicentenário, historiador Paulo Vendelino Kons, lembrou o trabalho e a dedicação de milhares de imigrantes e descendentes que “ao longo de 150 anos transmudaram um humilde núcleo colonial nos prósperos municípios de Vidal Ramos, Botuverá, Brusque, Guabiruba, Nova Trento e parte de São João Batista”. Kons destaca que “a bondade e a misericórdia de Deus marcam intensamente esses 150 anos, razão para abrirmos as festividades com um culto, pois somos imensamente gratos a Deus por esta história”.
Paulo Kons lembra os tempos difíceis das primeiras décadas. “Os recursos e a tecnologia eram escassos, mas o sentimento fraterno, a solidariedade e a vontade de ajudar a alcançar os objetivos faziam a diferença”.
Imigrantes
Em 10 de março do não da graça do Senhor de 1867, o bacharel inglês Dr. Barzillai Cottle, por nomeação de Sua Majestade Imperial D. Pedro II, liderando 98 imigrantes de língua inglesa, vindos, em sua maioria, dos Estados Unidos, instalou a Colônia Imperial Príncipe Dom Pedro, com o território dos atuais municípios de Botuverá, Vidal Ramos, Nova Trento (atingindo até a localidade do Krecker, em São João Batista) e margem direita de Brusque.
Além de receber em seus primeiros dois anos 370 ingleses, 259 norte-americanos, 246 irlandeses, 98 alemães, 82 franceses, 14 italianos, 9 escoceses, 9 suiços, 7 holandeses, 6 austríacos, 4 belgas, 2 espanhóis e 35 imigrantes de outras nacionalidades, na Colônia Imperial Príncipe Dom Pedro chegaram também os 94 primeiros poloneses que emigraram para o Brasil: as 16 famílias originárias da região de Slansk (Silésia), em agosto de 1869. Após a unificação administrativa com a colônia Itajahy (margem esquerda de Brusque e Guabiruba), em 6 de dezembro de 1869, mais de 11 mil imigrantes de língua italiana, dentre os quais Amábile Lúcia Visintainer (Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus), se estabeleceram na Colônia Itajahy e Principe Dom Pedro, a partir de 1875.
Programação
A programação, que iniciou na manhã deste domingo, seguirá até à noite do dia 12 de março, e integra um projeto de resgate histórico e de valorização dos povos que colonizaram a região. Um monumento em homenagem aos imigrantes será inaugurado às 9h do Dia do Sesquicentenário, próxima sexta-feira, 10/3, pelo Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança e outras autoridades, na Escola de Ensino Fundamental Padre Luiz Gonzaga Steiner, em Brusque.
Após conferência magna acerca do Sesquicentenário na mesma escola, a adoração ao Santíssimo Sacramento e a oração do Angelus, na Igreja Matriz São José, em Botuverá, a partir das 11h30min.
Às 16h, sessão solene da Câmara Municipal de Nova Trento, seguida de caminhada memorial até o Cemitério e homenagem a Hyppolito Eugênio Boiteux.
Às 19h, solene missa em ação de graças, presidida pelo arcebispo metropolitano de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jöck, SCJ, na Igreja Matriz São Virgílio, também em Nova Trento.
No médio vale do rio Tijucas, em Colônia, São João Batista, o bispo Dom Vitus Schlickmann Roetger presidirá Santa Missa às 15h de sábado, 11, na Igreja São José, seguida da assembleia fundacional da Associação dos Descendentes e Amigos do Núcleo Pioneiro da Imigração Italiana no Brasil, com a participação do Patrono da Associação, o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança.
Culto oficiado pelo Conselho de Pastores de Brusque, às 19h30min de domingo, 12, na Igreja Evangélica Calvário, no Jardim Maluche, em Brusque, marca o encerramento das celebrações do Sesquicentenário.