Marcando os 182 anos da chegada dos 186 pioneiros imigrantes italianos, que viriam colonizar e desenvolver terras brasileiras, a professora doutora Soraia Schutel, trineta do fundador da pioneira Colônia Nova Itália, o médico e violinista Henrique Ambauer Schutel, visita a Colônia Nova Itália, em São João Batista, nesta sexta-feira, 23.
Os pioneiros aportaram, em março de 1836, na baía norte da Ilha de Santa Catarina, no porto do Desterro, transportados pelo navio Correio. A primeira colônia de italianos no Brasil, além de Schutel, teve como fundador o armador Carlo Demaria, cidadão inglês, nascido em Gibraltar, possessão inglesa, com raízes em Gênova.
A chegada da professora Soraia Schutel no aeroporto internacional Hercílio Luz, em Florianópolis, está prevista para às 9h30min, de onde seguirá para Brusque, para encontro e almoço com o historiador Paulo Vendelino Kons, líder do Movimento “SC Requer a Correção do Erro Histórico”.
Às 14h30min, Soraia Schutel e familiares serão recepcionados na Prefeitura Municipal de São João Batista. Na Colônia Nova Itália, junto a Igreja São José, serão recebidos pela Associação dos Descendentes e Amigos do Núcleo Pioneiro da Imigração Italiana no Brasil – ADANPIB, presidida pelo agricultor e memorista José Sardo, o Saulo, e comunidade local.
Soraia Schutel e familiares visitarão a Igreja São José e a sala onde o professor Juliano Mazzola ministra o curso de língua italiana, localizada no piso superior da sacristia. No cemitério anexo, os descendentes do fundador Henrique Ambauer Schutel depositarão flores na lápide tumular do pioneiro Giovanni Giuseppe Zunino: *1833 – Reino da Sardenha, + 26 VIII 1919 – Colônia Nova Itália.
Na sede da Colônia Nova Itália, a professora Soraia Schutel gravará um vídeo, em italiano, que será enviado ao presidente Michel Temer, para que ele agilize a correção do grave erro histórico cometido pelo Congresso Nacional e o presidente da República contra Santa Catarina, com a aprovação e sanção da lei federal nº. 13.617/2018, sancionada pelo presidente da República, em 11 de janeiro de 2018, e que atribui, equivocadamente, ao município de Santa Teresa, no Espírito Santo, o título de “Pioneiro da Imigração Italiana no Brasil”, que de fato pertence a Colônia Nova Itália, no município de São João Batista, em Santa Catarina.
Fundada em 1836 no Vale do Rio Tijucas-grande, a Colônia Nova Itália, no atual município de São João Batista, é inequivocamente o Berço da Imigração Italiana no Brasil. Os 186 pioneiros imigrantes italianos, que viriam colonizar e desenvolver terras brasileiras, aportaram, em março de 1836, na baía norte da Ilha de Santa Catarina, no porto do Desterro, transportados pelo navio Correio.
E 132 destes imigrantes fundaram a Colônia Nova Itália, a pioneira da imigração italiana no Brasil, que ao longo de décadas recebeu também outras levas de imigrantes italianos. A colonização italiana no Espírito Santo ocorreu 37 anos e 11 meses após, a partir de 21 de fevereiro de 1874, quando o navio La Sofia chegou ao porto de Vitória, com 388 camponeses de língua italiana do império austro-húngaro e vênetos, contratados para trabalharem na fazenda “Monte delle Palme”, de Pietro Tabacchi, em Santa Cruz.
Também a filha do imigrante italiano Agostino Angeli, integrante de uma das últimas levas de italianos que se estabeleceram em Colônia Nova Itália, será visitada pelos descendentes do fundador. Trabalhando diariamente na confecção de paninhos para limpeza, no seio familiar, dona Bernardina Angeli Fagundes – Dinha, completará 105 anos em 12 de abril próximo.