As consequências do novo coronavírus na rotina das pessoas, foi imediata e após início da crise e decretos de isolamento social com fechamento de comércio, serviços não essenciais e indústrias em todo o mundo, as atenções sobre o vírus dividiram espaços com a economia.
Exposta as fragilidades do mercado, a indústria de São João Batista começou a ruir, com fechamento de postos de trabalho, já em abril. Contabilizou ao final, mas de 4 mil demissões e sem perspectiva de controle do novo coronavírus, não se sabe ao certo quando poderá voltar a abrir vagas.
Parte da primeira leva de mão de obra desempregada, já estava em contrato de experiência, o que significa dizer, fora do sistema de proteção do seguro-desemprego e sem saque do FGTS. As medidas de proteção do trabalhador como o auxiliou emergencial e liberação de parte do Fundo de Garantia, permitiram um respiro ao cidadão. Não resolve efetivamente o problema.
Setor calçadista é um dos primeiros a ser impactado por crises. A sanitária do Covid-19 é apenas uma das que atravessa a cadeia produtiva. Nos últimos sete anos, ao menos 50 produtores de calçado da cidade fecharam as portas. Não suportaram as inconstâncias do mercado, e as últimas crises. A de 2008 foi a mais sentida.
Nesta semana, ficou visível o drama que se desenvolve em paralelo ao coronavírus em São João Batista. Poucas horas após uma grande indústria de calçados anunciar que estava com vagas abertas para início imediato, filas se formaram, e as vagas foram preenchidas rapidamente.
Boas notícias vêm do comércio, que após a reabertura gradual, voltou a atrair clientes, o que acaba estimulando a produção e retomada, aos poucos, diga-se de passagem, do setor calçadista.
Se antes da crise do novo coronavírus, os pedidos para incentivos e políticas públicas de atração de novos negócios, diversificação da economia, já faziam coro na Capital Catarinense do Calçado, agora se torna inevitável. O cenário dramático, impõe medidas inadiáveis e os políticos terão que iniciar o debate sobre a recuperação econômica no pós-pandemia.
A nova fábrica de munição, planejada para se instalar em São João Batista, dará um alívio aos nossos problemas. O terreno já está sendo preparado para receber a estrutura, e a previsão é que nos próximos meses a indústria armamentista se instale na cidade. Os cerca de 140 postos de trabalho que poderão ser criados, vão na direção certa.
Um plano que alie incentivos tributários, desburocratização e até mesmo doação de áreas para construção de novas plantas indústrias deve ser pensada. Diversificar a economia é proteção aos trabalhadores e até aos cofres públicos, que sobrevivem da arrecadação de impostos. É hora de os políticos batistenses irem para as pranchetas e pensarem na cidade que vai sair da pandemia.
A crise sanitária que preocupa, já contaminou mais de 460 batistenses e matou outros nove, não pode ser desconsiderada. Mas, uma outra silenciosa vai se formando e é necessário agir sobre ela. A arma para sairmos dessa crise mais fortes está no planejamento e ações articuladas.