O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta sexta-feira (1º) que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um aumento de 0,1% no terceiro trimestre de 2023 em comparação com os três meses anteriores. Esse desempenho revela uma desaceleração na economia brasileira, seguindo um crescimento de 1% no segundo trimestre deste ano.
A tendência de desaceleração se torna mais evidente no terceiro trimestre de 2023, marcado por uma queda de 3,3% no setor de Agropecuária, em decorrência da retirada da colheita da base de comparação. No entanto, em comparação com o mesmo período do ano anterior, a Agropecuária ainda apresenta um aumento acumulado de 8,8%.
Os serviços, setor fundamental da economia brasileira, mostraram um aumento de 0,6% neste trimestre, elevando-se 1,8% em comparação com o mesmo período de 2022. Em termos anuais, o PIB apresenta uma alta acumulada de 3,1% nos últimos quatro trimestres e um ganho de 3,2% nos nove meses de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior.
No que diz respeito aos resultados específicos do terceiro trimestre, os principais destaques incluem um crescimento de 0,6% nos setores de Serviços e Indústria, uma queda de 2,5% nos Investimentos, um aumento de 3% nas Exportações e uma diminuição de 2,1% nas Importações.
O PIB totalizou R$ 2,741 trilhões em valores correntes, com R$ 2,387 trilhões provenientes do Valor Adicionado (VA) a preços básicos e outros R$ 353,8 bilhões provenientes de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Além disso, o IBGE realizou revisões nos resultados anteriores do PIB, destacando uma queda menor na Agropecuária em 2022. Essas revisões impactaram os resultados dos trimestres subsequentes de 2023, refletindo a mudança na base de comparação.
A economista Juliana Trece, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), destaca que a ação dos juros teve um papel determinante nos resultados, com taxas mais altas e indefinições na agenda econômica do governo influenciando negativamente a decisão de investimentos e contribuindo para a desaceleração observada no terceiro trimestre de 2023.