O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou nesta segunda-feira (19) o descarte de três dos seis casos suspeitos de gripe aviária em território nacional. O único caso registrado em uma granja comercial, localizado no município de Ipumirim, Santa Catarina, ainda segue em análise.
A atualização foi divulgada em coletiva de imprensa realizada pelo ministro Carlos Fávaro e pelo secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart. Os três casos descartados estavam em pequenas produções familiares para subsistência, enquanto as suspeitas remanescentes incluem dois outros locais de produção comercial e uma propriedade de subsistência no Ceará.
Os locais ainda sob análise são:
- Salitre (CE) – produção familiar de subsistência
- Ipumirim (SC) – granja comercial
- Aguiarnópolis (TO) – granja comercial
Desde a chegada do vírus H5N1 ao Brasil em maio de 2023, o país já investigou 2.883 casos suspeitos de síndrome respiratória e nervosa em aves. Destes, 166 foram confirmados como gripe aviária, representando cerca de 5% do total de suspeitas. No entanto, apenas um foco da doença foi detectado em uma granja comercial, enquanto a maioria dos casos ocorreu em aves silvestres.
A confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial gerou reflexos negativos no comércio internacional de aves. Diversos países anunciaram embargos temporários às exportações de frango brasileiro. Entre eles estão Argentina, Chile, China, União Europeia, Japão e México, além de outros mercados estratégicos para o setor.
O Brasil é o maior exportador mundial de frango, e Santa Catarina ocupa a segunda posição entre os estados exportadores do país. No total, 20 países já aplicaram restrições às compras de frango brasileiro desde o primeiro registro do vírus no Rio Grande do Sul. O Ministério da Agricultura informou que divulgará nos próximos dias uma lista detalhada dos embargos e seus respectivos impactos.
De acordo com o ministro Carlos Fávaro, o Brasil poderá ser considerado livre da gripe aviária após um período de 28 dias sem novos registros da doença. Esse prazo corresponde ao ciclo do vírus H5N1, e, caso não haja novas ocorrências, as exportações poderão ser retomadas.
A situação do comércio de ovos, no entanto, apresenta um panorama diferente. Apesar do Brasil exportar apenas 0,9% de sua produção, os Estados Unidos – maior comprador do produto – já anunciaram a suspensão das importações de material genético de ovos brasileiros. O país norte-americano enfrenta um surto severo de gripe aviária e viu os preços do alimento dispararem no mercado doméstico.
O governo brasileiro continua monitorando de perto a situação epidemiológica e sanitária das granjas nacionais, reforçando que não há risco para o consumo de carne de frango ou ovos no país.