
Santa Catarina está investindo R$ 470 milhões em quatro obras de alargamento de praias, com o objetivo de conter a erosão costeira e fortalecer o turismo local. As intervenções estão previstas para as praias de Balneário Piçarras, Itapema, Navegantes e Barra Velha.
A primeira obra, em Balneário Piçarras, prevê a ampliação de 2 km da Praia Central, utilizando 379 mil metros cúbicos de areia, com previsão de conclusão em 70 dias após a assinatura do contrato. A licitação para o projeto está aberta até 5 de setembro. Com isso, espera-se aumentar a área útil para banhistas, proteger a costa contra ressacas e movimentar a economia local durante a alta temporada, gerando empregos temporários.
Além disso, Balneário Piçarras recebeu pré-aprovação para a certificação Bandeira Azul, concedida pela Foundation for Environmental Education (FEE), da Dinamarca. Atualmente, as praias Ponta do Jacques, Piçarras e Praia Central já contam com o selo, e a Praia da Barra do Rio Piçarras pode ser incluída a partir da temporada 2025/2026, reforçando o compromisso ambiental da cidade.
O processo de alargamento utiliza dragas, grandes embarcações que retiram areia do fundo do mar e a depositam na orla, método que já foi adotado em outras cidades catarinenses, como Balneário Camboriú e Florianópolis, para minimizar os efeitos da erosão costeira, intensificados pelas mudanças climáticas.
Especialistas, no entanto, alertam para os riscos ambientais das obras. O professor de Oceanografia da UFSC, Paulo Horta, destaca que a erosão contínua gera as chamadas “praias famintas”, que recebem pouco sedimento e perdem areia rapidamente. Além disso, o processo pode liberar gases como metano e dióxido de carbono, contribuindo para o aquecimento global.
As obras de alargamento de praias em Santa Catarina buscam, portanto, proteger a costa, estimular o turismo e gerar empregos, mas é essencial considerar os impactos ambientais e buscar soluções sustentáveis para garantir a preservação do meio ambiente costeiro.