
A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina anunciou nesta terça-feira um reforço na mobilização pela vacinação contra o sarampo, em resposta ao registro de casos confirmados da doença em outros estados brasileiros. A medida faz parte da continuidade das ações de prevenção e vigilância epidemiológica no estado.
Embora Santa Catarina não registre casos autóctones desde 2021, o Estado mantém vigilância ativa diante do risco de reintrodução por casos importados. A campanha estadual orienta que crianças com até 5 anos recebam duas doses da vacina tríplice viral, enquanto adultos entre 30 e 59 anos devem ter pelo menos uma dose. Profissionais de saúde, independentemente da idade, têm recomendação para duas doses.
Conforme dados divulgados pela Secretaria da Saúde em dezembro de 2024, o índice vacinal de crianças de até 1 ano alcançou 98,07 %, superando a meta de cobertura nacional, estabelecida em 95 %. Em 2023, Santa Catarina já havia registrado 96,52 % de cobertura. Esse desempenho contribuiu para a recuperação do status do Brasil como país livre da transmissão endêmica do sarampo, alcançado em 2024.
Segundo João Augusto Fuck, diretor da Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, o êxito na cobertura vacinal se deve à mobilização dos profissionais de saúde, campanhas educativas, mutirões e busca ativa de pessoas não imunizadas. No entanto, ele alerta que muitas localidades ainda não alcançaram a meta da segunda dose da tríplice viral, especialmente entre adultos, o que representa um risco de reintrodução do vírus.
Além da ampliação dos pontos e horários de vacinação, o Estado reforça a importância do isolamento imediato e notificação de casos suspeitos com sintomas como febre alta, manchas vermelhas na pele, tosse, coriza e conjuntivite — sobretudo em pacientes com histórico de viagem recente ou contato com viajantes.
A estratégia atual também considera a aplicação da “dose zero” da vacina em bebês de seis a 11 meses em casos de risco de contágio. Essa dose adicional não substitui o esquema regular, que prevê a aplicação da tríplice viral aos 12 meses e da tetraviral ou reforço aos 15 meses.