
Santa Catarina trabalha com a projeção de que os investimentos e os gastos com saúde estadual alcançarão cerca de R$ 8,3 bilhões até o fim deste ano, segundo estimativa apresentada pelo secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi Silva.
A previsão original, estabelecida pela Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2025, estimava cerca de R$ 6,07 bilhões destinados à saúde. Com o aumento da arrecadação estadual, essa projeção mínima subiu para aproximadamente R$ 7,45 bilhões. No entanto, o secretário acredita que o valor poderá ultrapassar esse patamar, chegando aos R$ 8,3 bilhões.
De acordo com os relatórios apresentados, estão previstos cerca de 1,13 milhão de procedimentos em todo o estado, dos quais 731 mil são cirurgias eletivas. Destas, 279 mil são cirurgias oftalmológicas, enquanto 398 mil são de urgência ou emergência. Também estão planejados R$ 508 milhões em modernização de hospitais, R$ 234 milhões em convênios e ações de saúde e R$ 592 milhões para a manutenção de hospitais e unidades de saúde geridos por Organizações Sociais. Além disso, cerca de R$ 58,9 milhões serão destinados a obras de expansão e melhorias na rede hospitalar.
Apesar do otimismo em relação ao aumento dos recursos, o estado ainda enfrenta desafios importantes. A oferta de leitos de UTI, por exemplo, continua abaixo do necessário em algumas regiões. O Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, ampliou sua capacidade de 20 para 34 leitos, mas ainda está aquém da necessidade estimada de 50 unidades. Outro ponto crítico é a saúde mental: apenas 79 dos 880 leitos psiquiátricos previstos ou necessários são custeados pelo governo federal, evidenciando uma lacuna nesse segmento de atenção.
O aumento dos investimentos reflete a obrigação constitucional dos estados de aplicarem, no mínimo, 12% da Receita Resultante de Impostos (RRI) em saúde. Santa Catarina tem buscado não apenas atingir esse patamar, mas superá-lo, impulsionada pelo crescimento da arrecadação. Com mais recursos, a expectativa é de que haja melhoria na estrutura de atendimento, redução de filas para cirurgias eletivas e urgentes, além de avanços em programas de manutenção, aquisição de equipamentos hospitalares e ampliação dos serviços de atenção básica.
Se confirmado, esse crescimento de investimento será fundamental para aprimorar o sistema público de saúde em Santa Catarina. No entanto, sua efetividade dependerá da execução orçamentária eficiente, do planejamento para superar gargalos estruturais, como a oferta de leitos de UTI e a rede de saúde mental, e da integração com recursos federais e municipais. O cenário é promissor, mas ainda exige atenção e acompanhamento para garantir que os R$ 8,3 bilhões previstos se traduzam em benefícios concretos para a população catarinense.