
Santa Catarina atravessa um momento delicado na campanha de vacinação contra a gripe: apesar de mais de 1 milhão de doses aplicadas, apenas cerca de 42% do público-alvo (idosos, crianças, gestantes, pessoas com comorbidades) foi imunizado — bem abaixo do ideal . Esse quadro se reflete na pressão sobre o sistema de saúde: leitos de UTI pública para casos graves de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) estão com mais de 95% de ocupação . Os Números que evidenciam a gravidade da situação:
1.008.857 doses aplicadas no estado até meados de maio, com 163.209 doses apenas no “dia D” da campanha (10 de maio) .
Entretanto, a cobertura até agora atingiu apenas 27,8% dos grupos prioritários, ainda abaixo da média nacional, que já está em aproximadamente 22%, mas insuficiente para conter a demanda .
De janeiro a maio de 2025, foram registrados mais de 1.000 casos de SRAG por influenza, número 20% superior ao mesmo período em 2024 (879 casos), com 126 óbitos — praticamente o dobro dos 66 óbitos no ano anterior .
Sistema de saúde sob pressão
Com UTI pública ocupada acima de 95%, os hospitais catarinenses enfrentam dificuldades para internar novos pacientes com formas graves de influenza. A lotação elevada impacta diretamente no atendimento de outras emergências, forçando remanejamentos, atraso em cirurgias eletivas e sobrecarga nas unidades de pronto-socorro .
Vozes da saúde sobre o problema
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC) ressalta que a imunização ainda está muito abaixo do necessário. O diretor João Augusto disse que “a cobertura vacinal de grupos prioritários é apenas de 40,6%”, e pediu atenção imediata para aumentar as adesões .
Já o superintendente da DIVE, Fábio Gaudenzi, aponta a baixa vacinação como “um dos principais fatores por trás do avanço da doença” e reforça a importância de medidas como diagnóstico precoce, ventilação dos ambientes, etiqueta respiratória e uso de máscaras .
O que falta para vacinar mais
Manter as campanhas ativas em postos de saúde (UBSs), unidades móveis e eventos locais.
Tornar a vacina obrigatória para todos os grupos de risco, sem limites temporais — já está disponível o ano todo para pessoas acima de seis meses .
Realizar campanhas de conscientização específicas negociadas com municípios, escolas, asilos e locais de trabalho.
Cuidados imediatos para prevenir complicações
Vacinar especialmente idosos (≥ 60 anos), crianças (< 5 anos), gestantes e pessoas com comorbidades.
Atentar-se a sintomas como febre, tosse ou dor de garganta — procure atendimento médico ao primeiro sinal.
Reforçar as medidas de prevenção não farmacológicas: higiene das mãos, uso de máscara em locais fechados com aglomeração ou sintomas gripais, etiqueta respiratória e ventilação de ambientes .
A combinação entre baixa cobertura vacinal e alta demanda por cuidados intensivos coloca o estado frente a um cenário preocupante em junho de 2025. O sucesso da campanha depende de um esforço coletivo para vacinar os grupos de risco, reforçar medidas preventivas e expandir a mobilização junto à sociedade — para evitar um colapso mais profundo na estrutura hospitalar.