
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% no segundo trimestre deste ano, marcando o menor índice da série histórica iniciada em 2012 pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31).
Com esse resultado, o número de pessoas desocupadas no país recuou para 6,3 milhões, uma redução de 7,7% (menos 526 mil pessoas) em comparação com o primeiro trimestre de 2025, quando a taxa foi de 6,4%. Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda foi ainda mais expressiva: 14,2% a menos, o equivalente a 1 milhão de brasileiros que deixaram a condição de desemprego.
A população ocupada no país atingiu o patamar de 102,5 milhões de pessoas, também o maior número já registrado pela série histórica. A taxa de informalidade, por sua vez, ficou em 38,7%, representando 39,7 milhões de trabalhadores informais.
Segundo o IBGE, o desempenho positivo foi puxado principalmente pela criação de vagas nos setores de serviços, comércio e construção civil, além de uma maior estabilidade no mercado de trabalho formal. A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, destacou que o resultado reflete um processo contínuo de recuperação do mercado após os impactos econômicos provocados pela pandemia e pelas oscilações nos juros.
— Essa taxa de 5,8% sinaliza uma consolidação da recuperação do emprego e reflete a expansão da ocupação em diversas atividades econômicas, com destaque para os setores que mais absorvem mão de obra — afirmou Beringuy.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores ficou em R$ 2.982, permanecendo estável em relação ao trimestre anterior, mas com alta de 4,2% na comparação anual.
Especialistas avaliam que a tendência é de manutenção do ritmo de melhora nos próximos trimestres, especialmente com o avanço de programas de estímulo ao emprego e crédito, e a gradual retomada da confiança por parte dos empresários.
Ainda assim, os analistas alertam para a necessidade de maior formalização das relações de trabalho e da geração de vagas com melhor qualidade, como forma de sustentar o crescimento no longo prazo.