Com todos os méritos. Assim pode-se definir o título da Sociedade Esportiva Cardoso, após vencer o Tajuba por 3 a 0, na tarde de sábado. A preparação iniciou cedo, já em 2016.
O clube apostou em um treinador jovem, porém com DNA do futebol. E foi desta maneira que conseguiu preparar um time que teve, do começo até o fim, um padrão tático e técnico.
Na edição deste ano do campeonato Municipal em São João Batista, a maior virtude do tricolor foi encontrar uma equipe coesa na marcação, consistente no meio e rápida no ataque. É claro que nem tudo foi um mar de rosas, como não poderia ser. A derrota diante do União Batistense acendeu o sinal de alerta, mas nada que uma vitória diante do Juventude – que garantiu a classificação – não conduzisse a equipe rumo ao título.
Nesta reta final de competição, o Cardoso foi cirúrgico. Nos últimos cinco jogos, cinco vitórias, sendo que, em nenhum momento, a equipe teve que correr atrás do prejuízo. E isso, queira ou não, diminui o desgaste físico e psicológico.
Se na primeira fase o tricolor não conseguiu ser o time que acreditava ser, foi nas semifinais e finais que a equipe demonstrou todo o potencial. Agora, o time soma três títulos: 2009/2011 e 2017.
O peso da camisa
Substituir Edinho no gol do Cardoso é o mesmo que vestir a camisa 1 de Rogério Ceni no São Paulo, ou a 12 de Marcos no Palmeiras. Josiel teve essa incumbência. Falhou em alguns lances, mas cresceu junto com a equipe. Arqueiro discreto, ao fim da competição mostrou por quais motivos foi o goleiro menos vazado. Teve grandes méritos para tal. Não comprometeu e ajudou muito a equipe
Desequilibrou
Carpinha não tinha feito nenhum gol durante toda a competição. E parece que deixou mesmo para a hora de decidir. No jogo derradeiro, ele desequilibrou e fez logos dois. Os únicos dele na competição. Só que precisava mais?
Meia e Lateral
Jordano iniciou a competição de meia, mas foi como lateral-direito improvisado – na vaga de Sandro Cecato – que o atleta demonstrou todo o potencial. Parece que nasceu para essa função. É claro que tem o dedinho do treinador para que ele pudesse atacar com liberdade. Mas foi um dos destaques da equipe, nesta competição.
Leão de Chácara
Ele não joga para torcida. Ele joga para o técnico, logo, para o time. Nei vestiu a 15, mas é o típico camisa 5, o primeiro volante ou – como dizem os mais antigos – o cabeça de área. Depois que entrou na equipe, na vaga de Reginaldo Maninho (machucado) Nei tomou conta da boca da área. Se a bola passasse por ele – quando passasse – Falcão e Vantuir já estavam atentos. Foi disparado o melhor desarmador da competição. Típico cão de guarda ou leão de chácara.
Papa-léguas de freio
Thiago já não é tão Papa-léguas assim. Dos tempos em que foi campeão pelo Via Scarpa (2010), era um típico ponteiro, que disparava com a bola colada aos pés. Agora, é mais meia do que atacante. A velocidade diminuiu, mas o futebol cresceu. No esquema de Fabiano Rodrigues, foi o quinto elemento do meio-campo. E, desta forma, contribuiu – e muito – para a equipe conquistar o título. Um jogador polivante e consistente, que dita o ritmo do jogo.