Daniel entra pra ‘lista da vergonha’, da Abraji

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Daniel Cândido (PSD) foi incluído em lista de políticos que tentam calar a imprensa. O mapeamento é realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), através da plataforma Ctrl+X. O ex-prefeito de São João Batista é responsável por 33,33% dos casos em Santa Catarina relacionados a seu partido, ficando a frente de Ramirez Tapia, José Claudio Caramori, Cesar Souza Júnior e Ciro Rosa.

whatsapp-image-2016-09-23-at-17-59-16A entrada dele na lista se deu após entrar na justiça para que conteúdos fossem retirados do Blog do Jonas Hames e também do Facebook do jornalista. As duas ações estão tramitando no Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE/SC) e devem ter desfecho nos próximos dias. Mas, a distância entre olhar essa situação e sofrer na pele com a truculência de quem imagina comandar a pauta da imprensa é algo inimaginável.

O nome na lista da vergonha, no entanto, não revela o traço mais danoso. Nos últimos anos secretários e servidores públicos foram proibidos de falar com órgão de imprensa, que não sejam os alinhados a Administração Municipal. Em todos os casos, a culpa não é da imprensa, da transparência ou da notícia. Como diz Humberto Dantas, cientista político, em casos assim, a responsabilidade é do acusado e, em partes, do eleitor que lhe ofertou a oportunidade de representá-lo.

captura-de-tela-2016-09-23-as-18-00-31Nestes casos não tem tinta, creme, maquiagem ou plástica. Pena, no entanto, que aqui ainda tenha morada esse tipo de aberração, ainda mais de um político que se apresenta como novo. Com a inclusão na lista negra da Abraji, Daniel entra para o rol de políticos coronelistas, como aqueles que a gente vê no noticiário do norte e nordeste.

Tentativa de neutralizar a informação na fonte para que ela não se espalhe, revela a preocupação com as redes sociais. Eduardo Muylaert, juiz e também um dos coordenadores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, diz que esse movimento em direção à uma judicialização do debate fruto de uma visão restrita dos limites da liberdade de expressão e uma tradição autoritária. “A gente vê que basta ter um tom crítico ou um relato mais ácido para que o político acione a Justiça. Nada deveria cercear a liberdade de expressão e de informação, a não ser que essa informação se mostre inverídica”.

Os dois processos com pedido de censura contra Jonas Hames, estão no Tribunal Regional Eleitoral, e tem conteúdo semelhante. De acordo com o advogado Nelson Zunino Neto, é lamentável que se tenha que perder tempo com este absurdo, “assim como é lamentável que as pessoas estejam sendo censuradas no sagrado direito à liberdade de expressão”.

Sobre o Ctrl+X

A plataforma Ctrl+X, que mapeia ações judiciais contra a divulgação de informações, começou a usar em setembro um sistema automatizado de coleta de processos contra jornalistas e empresas de mídia. O sistema usa uma tecnologia de raspagem de dados em vários passos, cedida pela empresa de tecnologia Parsehub.

Com a ajuda da equipe do Parsehub, a Abraji montou robôs que monitoram o sistema de acompanhamento de processos dos 27 TREs e do TSE. Os robôs vasculham e guardam ações que contenham termos comuns aos processos de retirada de conteúdo. As ações são então revisadas pela equipe do Ctrl+X e, caso de fato correspondam a processos de retirada de conteúdo, são catalogadas e cadastradas na plataforma. Todos as semanas, os robôs vasculham mais de 20 mil processos em busca de informações relevantes.

ACESSE AS INFORMAÇÕES:

http://www.ctrlx.org.br/#/infografico/eleitoral/estado/24/2/2/shData:1%2F2016,2%2F2016,3%2F2016,4%2F2016,5%2F2016,6%2F2016,7%2F2016,8%2F2016,9%2F2016,10%2F2016,11%2F2016,12%2F2016

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