A realidade vem depois. Agora é euforia

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Momento que vivemos é um pouco disso. Em que você grita o nome da pessoa na rua, depois observa e um estranho. ‘Ou quando descobre que pegou a mão de uma pessoa que não é sua mãe. Passam-se alguns segundos eletrizantes entre o ato de ficar sem graça, decidir soltar a mão e tentar localizar a sua verdadeira progenitora, com cara de pânico’.

xadrezPassadas duas semanas das eleições, muitos estão de mãos dadas com o estranho. O constrangimento virá ao olhar para o lado logo ali na frente. Não é localizado. Genericamente temos dado as mãos para estranhos, na esperança que seja a ‘mamãezinha’ carinhosa. E vamos seguindo assim, entre a euforia e o pânico. Somos naturalmente levados pela fala mansa, ao compadecimento por lágrimas e a hesitação em encarar a realidade. E ela não é bonita.

Em Canelinha, por exemplo, até mesmo o horário de atendimento a saúde já foi reduzido. Nos demais municípios atitudes para contenção de gastos, e tentativa de fechas as contas em dezembro já estão em andamento. As dificuldades em São João Batista vão da compra de suprimentos ao pagamento da folha. E por mais que ajam negativas da situação por parte da antiga administração, é sabido que logo ali na frente as explicações terão que acontecer. Não terá fuga. 

Adiante se esvai o encanto com a sordidez dos números, das dificuldades ocultas pelo período eleitoral. Verdade que foi manipulada pela propaganda, como fez muito bem o petismo durante bom tempo. A conta há de chegar. Esse pessimismo não é torcida contra, mas o pé no que os fornecem. Cortes de recursos do Governo Federal e Estadual devem fazer os olhos abrir numa velocidade muito maior. Agora, passada a campanha, os dramas para liberação de dinheiro ficou evidente. A briga entre as secretarias de saúde municipais e o Estado para destravar repasses é um dos exemplos. E terão que conviver ainda com o teto dos gastos públicos, que deverá impactar diretamente as prefeituras.

Dos vendedores de esperança, vai sobrar a tentativa de justificar. Mas aqui, no Vale, ficará difícil convencer as pessoas. Das câmaras de vereadores, com exceção de Tijucas, todas terão maioria dos situacionistas. Ou seja, os problemas não serão culpa dos opositores. As lamurias darão espaço para ranger de dentes, já que parte das promessas, principalmente as relacionadas a cargos na estrutura administrativa não poderão ser cumpridas.

Racionalmente, será um balde de água gelada na cabeça de quem se deixou levar pelo sentimentalismo de demagogos. O teólogo Reinhold Niebuhr, afirmou a mais de 45 anos, que o demagogo esperto haveria de capitalizar a angústia social estimulando a descrença em soluções coletivas, exacerbando o individualismo como saída e apontando bodes expiatórios. Eis nosso retrato fiel.

Continuaremos pegando na mão de nossas próprias escolhas, e ficar sem graça e sair correndo. Daqui e de lá, os próximos anos serão de ajustes e tentativa de manter ao menos os serviços básicos ao cidadão funcionando. Não é pessimismo, basta abrir os jornais e constatar a realidade que as propagandas esconderam e escondem.

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