Mais de vinte propriedades, cerca de 3200 mudas sendo plantadas, ações em praticamente dez bairros ou localidades e mais de 40 mil metros quadrados em recuperação. Assim estão as ações de restauração da mata ciliar em Tijucas, promovidas pela Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Meio Ambiente em parceria com o Comitê Tijucas Biguaçu.
O objetivo do projeto é restaurar áreas degradadas em torno de rios, cursos d’água e nascentes. É muito comum que estas áreas sejam desmatadas para abrir espaço para lavouras e pastagem. Estas práticas deixam margens de cursos d’água desprotegidas e suscetíveis a intempéries como a erosão, por exemplo.
Este é o problema enfrentado por Iraci Donatti Bertelli, que tem uma propriedade no Porto do Itinga, na margem sul do Rio Tijucas. Ela já perdeu aproximadamente cinco metros do terreno por conta da erosão. Iraci recebeu em torno de 150 mudas para recuperar uma área de 1600m². Para fazer esse dimensionamento, um diagnóstico é feito pela equipe de técnicos ambientais da Secretaria de Agricultura e do Comitê Tijucas Biguaçu, que analisa a área e planeja as ações a serem adotadas.
Este trabalho é parte do Pacto pela Mata Ciliar, desenvolvido pelo Comitê Tijucas Biguaçu em toda a bacia hidrográfica do Rio Tijucas. As mudas que os proprietários recebem são produzidas no Viveiro Municipal de Tijucas e, também, provenientes de compensações ambientais. Para aderir ao projeto, basta entrar em contato com a Secretaria de Agricultura ou com o Comitê Tijucas Biguaçu. As mudas do Viveiro Municipal também estão disponíveis para doação para qualquer pessoa que tiver interesse em plantar para outras finalidades.
O Engenheiro de Aquicultura e Técnico do Comitê Tijucas Biguaçu, Tiago Manenti Martins, explica os problemas a serem enfrentados. “Além de todo o impacto ambiental que o desmatamento das margens causa, as pessoas têm perdido partes consideráveis dos seus terrenos. Isso vem aumentando a procura pelo projeto de recuperação”, afirma.
O Secretário de Agricultura, José Leal Silva Junior, salienta a necessidade de os proprietários se engajarem no projeto. “O Rio Tijucas, principalmente, sofreu muito com o desmatamento das margens ao longo do tempo. É muito importante trabalharmos para reverter esse quadro. Queremos fomentar cada vez mais a parceria com os proprietários e recuperar o máximo de áreas possível”, pondera.