As Projeções indicam um crescimento de 0,7% nos primeiros três meses de 2024. Setores como agronegócio, mercado de trabalho e pagamento de precatórios impulsionam esse aumento, embora a tragédia no Rio Grande do Sul possa impactar o desempenho anual.
Após um semestre de estagnação, a economia brasileira deve ter retomado o crescimento no primeiro trimestre deste ano, segundo economistas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os dados oficiais do Produto Interno Bruto (PIB) dos primeiros três meses de 2024 às 9h desta terça-feira.
O crescimento econômico é esperado devido a uma combinação de fatores, incluindo a expansão da política fiscal, o aquecimento do mercado de trabalho e a colheita das principais culturas agrícolas durante o período.
Estimativas apontam que o PIB cresceu aproximadamente 0,7% no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o quarto trimestre do ano anterior, conforme a mediana das previsões coletadas pelo jornal Valor Econômico. Em relação ao primeiro trimestre de 2023, o crescimento deve ser de 2,2%.
As Projeções de bancos e consultorias brasileiras, no entanto, tornaram-se incertas após as intensas chuvas no Rio Grande do Sul. Estima-se que as enchentes impactarão negativamente o PIB nos próximos trimestres, possivelmente afetando já no segundo trimestre.
A mediana das previsões sugere um crescimento de cerca de 2% para 2024, abaixo dos 3% registrados em 2022 e 2023.
O Santander prevê um crescimento de 0,8% no primeiro trimestre e 2% no ano. Pela ótica da demanda, o crescimento do primeiro trimestre deve ser impulsionado por um aumento de 1,7% no consumo das famílias, devido ao mercado de trabalho vigoroso e ao pagamento de precatórios pelo governo, no valor de R$ 120 bilhões.
Os investimentos também terão destaque, com um aumento de 1,3% em relação ao trimestre anterior, embora ainda não compensem o fraco desempenho de 2023, indicam as projeções.
Contribuições Setoriais
Do lado da oferta, a produção agrícola deve crescer 11%, sendo a principal contribuição positiva, segundo Gabriel Couto, economista do Santander. Os serviços devem aumentar 0,2%, impulsionados pelos setores de TI e varejo, enquanto a indústria deve registrar uma queda de 0,3%.
— O recente aumento da renda e a contribuição positiva da agricultura são os principais impulsionadores deste resultado. Esperamos um arrefecimento no segundo trimestre, devido à desaceleração do impulso fiscal e aos impactos negativos das cheias no Sul — escreveu Couto em relatório.