
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, em junho de 2025, os dados do Censo Demográfico de 2022, revelando que o Brasil atingiu a menor taxa de fecundidade da sua história. A média nacional de filhos por mulher caiu para entre 1,55 e 1,6, bem abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher.
Queda contínua ao longo das décadas
A taxa de fecundidade no Brasil vem caindo de forma consistente desde os anos 1960, quando era de 6,28 filhos por mulher. Em 1980, esse número já havia caído para cerca de 4,4; em 2000, para 2,4; em 2010, para cerca de 1,9. Agora, com os dados de 2022, o país registra um novo patamar mínimo.
Diferenças regionais
As taxas variam entre as regiões do país:
Sudeste: 1,41 filhos por mulher
Sul: 1,50
Centro-Oeste: 1,64
Nordeste: 1,60
Norte: 1,89
A Região Norte ainda apresenta a maior taxa de fecundidade, enquanto o Sudeste tem os menores índices, refletindo diferenças socioeconômicas, urbanização e acesso à educação.
Outro dado revelado pelo IBGE é o aumento da idade média em que as mulheres se tornam mães. Em 2000, a média era de 26,3 anos; em 2010, passou para 26,8; e em 2022 chegou a 28,1 anos. O Distrito Federal apresenta a maior média (29,3 anos) e o Pará, a menor (26,8 anos).
A taxa de fecundidade também varia de acordo com características como raça, escolaridade e religião:
Mulheres indígenas: 2,84 filhos
Mulheres brancas: 1,35
Mulheres com ensino superior completo: 1,19
Mulheres sem instrução ou com fundamental incompleto: 2,01
Entre as religiões, as mulheres evangélicas têm em média 1,74 filhos; espíritas, 1,01; católicas, 1,49; e as sem religião, 1,47.
A proporção de mulheres entre 50 e 59 anos que nunca tiveram filhos também aumentou. Em 2000, era de 10%; em 2010, de 11,8%; e em 2022 chegou a 16,1%.
Especialistas alertam que essa tendência representa um grande desafio para o futuro do país. A redução da taxa de fecundidade e o adiamento da maternidade estão diretamente ligados ao envelhecimento da população brasileira. Isso pode afetar o mercado de trabalho, a previdência social e a demanda por serviços públicos voltados à terceira idade.
O Brasil acompanha uma tendência mundial de queda na fecundidade, especialmente entre países em desenvolvimento. Para o IBGE, o novo cenário exige a formulação de políticas públicas que respondam às mudanças no perfil demográfico da população.