
Em meio a um surto de casos de intoxicação por metanol em diversas regiões do país, a 40ª Oktoberfest de Blumenau adotou medidas preventivas para garantir a segurança do público e demonstrar comprometimento com a qualidade das bebidas comercializadas.
Na festa, amostras foram coletadas pela Vigilância Sanitária municipal e encaminhadas ao laboratório de Engenharia Química da FURB para análise de presença de metanol. Segundo declarações oficiais, todos os lotes analisados apresentaram teores dentro dos limites permitidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). A prefeitura destacou que os testes fazem parte de um esforço contínuo para assegurar transparência e tranquilidade para visitantes e moradores. Até o momento, não foram registrados casos de intoxicação por metanol em Santa Catarina vinculados à Oktoberfest. Essas ações locais ganham relevância diante do aumento das ocorrências em outras partes do Brasil, reforçando que um evento pode evitar tragédias com controle rigoroso.
O problema de intoxicações por metanol em 2025 está recebendo atenção nacional. Até meados de outubro, o Ministério da Saúde registrou entre 24 e 32 casos confirmados de intoxicação por ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, com dezenas de casos em investigação e outros descartados. No estado de São Paulo, ocorreram as maiores incidências, com 25 casos confirmados e 160 em investigação. Até o momento, foram confirmadas cinco mortes no estado em decorrência dessas ocorrências. Diversas investigações policiais estão em andamento, e já foram efetuadas ao menos 51 prisões por venda ou produção irregular de bebidas adulteradas. Uma operação chamada “Poison Source” foi deflagrada em oito cidades paulistas para apreender maquinários, insumos e fechar fábricas clandestinas. Em muitos casos, o metanol teria sido utilizado para adulterar bebidas destiladas como vodca, gim e uísque, com concentrações irregulares entre 10% e até 45%.
Circulam ainda rumores falsos que culpam o desativamento do sistema Sicobe, da Receita Federal, pela crise. No entanto, autoridades federais reforçam que o Sicobe nunca foi responsável por fiscalizar a qualidade química dos destilados, e sim por monitorar a produção e tributação das bebidas.
O metanol é uma substância extremamente tóxica ao organismo humano. Quando ingerido, é metabolizado em formaldeído e ácido fórmico, que podem danificar gravemente o sistema nervoso, afetar a visão — inclusive levando à cegueira — ou até causar a morte. Entre os sintomas comuns de intoxicação estão visão turva, náuseas, vômitos, dor abdominal, sudorese e confusão mental. Diante de qualquer suspeita, é essencial buscar atendimento médico imediato e informar às autoridades de saúde.
Para se proteger, o consumidor deve optar por bebidas alcoólicas de origem segura, com registro e lacre intacto, evitando produtos vendidos em locais sem regulamentação. Caso surjam sintomas após o consumo, é importante procurar atendimento médico e comunicar o caso à Vigilância Sanitária.
A Oktoberfest de Blumenau, ao adotar testes preventivos, demonstra que grandes eventos com alto consumo de bebidas precisam assumir responsabilidade extra de fiscalização. A ação conjunta entre o poder público e instituições de ensino reforça que a segurança deve ser prioridade em eventos de grande porte.
A crise nacional mostra que a adulteração de bebidas é um problema real e perigoso, que exige cooperação entre órgãos de saúde, segurança e fiscalização. Para o público, o alerta continua: beber com consciência, exigir procedência e estar atento aos sinais de intoxicação.