Os versos de Sérgio Reis cabem como luva, na Delegacia de Policia Civil de São João Batista. Quando chove baldes são espalhados para tentar conter a água. Neste departamento de polícia tem goteira, “pinga ni mim, pinga ni mim”. Estrutura precária se soma ao baixo efetivo, comprometendo trabalho da civil.
Problemas com o telhado do prédio vieram a público no ano passado, quando foi coberto por uma lona preta. Fato registrado antes do grande protesto que fechou as duas pontes no centro da cidade. Foi retirada com a promessa do secretário de Estado da Segurança Pública, Cesar Grubba, de deslocar recursos para manutenção.
Dinheiro para consertar telhado ficou no discurso para acalmar grupo de batistenses que se reuniram com Grubba para cobrar mais segurança. Mesma cantiga do deslocamento de novos policiais militares que deveriam chegar na Capital Catarinense do Calcado em fevereiro.
Anúncios do governador Raimundo Colombo de cortes no orçamento só devem piorar situação. Secando recursos de todos os setores, a segurança pública também foi atingida. A Polícia Civil tem direito a 32% do que é arrecadado com multa de trânsito no município. Em dezembro de 2015, a Prefeitura licitou serviços mecânicos para frota e incluiu reparos dos carros da polícia. Os reparos são custeados com os recursos das multas para manutenção da Delegacia.
Trabalho dos investigadores, funcionários e da delegada Rose Serafim pode ser considerado heróico dada as condições que são submetidos. Sucateamento do serviço público e cegueira da gestão da Segurança no Estado, que atingem diretamente a proteção do cidadão. De dois delegados até o início de 2015, aos baldes espalhados a conta da insegurança vai ficando salgada.
Não há previsão para reforma da Delegacia, e nenhuma das datas ou transferências de recursos foi cumprida até aqui. Se confirmados os cortes de Colombo, nada deverá ser feito até o inicio de 2017. Como cantaria Sérgio Reis: nesta delegacia tem goteira, e falta de esperança com a atenção dos governantes.