O SUS oferecerá, a partir de fevereiro, a vacina Qdenga contra a dengue, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma. Esta é a segunda vacina aprovada pela Anvisa e a primeira a ser incorporada ao Programa Nacional de Imunizações. A vacina, contendo vírus vivos atenuados da dengue, induz respostas imunológicas contra os quatro sorotipos do vírus.
A Qdenga é indicada para pessoas de 4 a 60 anos, sendo a primeira vacina liberada no país para aqueles que nunca tiveram contato com o vírus da dengue. No entanto, indivíduos alérgicos a seus componentes, com sistema imunológico comprometido, condição imunossupressora, gestantes e lactantes não são elegíveis para a imunização.
A partir de fevereiro, a vacinação será iniciada, com o SUS disponibilizando 6,2 milhões de doses ao longo de 2024. As doses serão distribuídas em etapas ao longo do ano, começando com 460 mil doses em fevereiro. O esquema de duas doses terá um intervalo de três meses, permitindo a imunização de cerca de 3,1 milhões de pessoas em 2023.
Estudos clínicos indicam que a Qdenga pode apresentar reações leves a moderadas, como dor no local da injeção, dor de cabeça, dor muscular, vermelhidão no local de injeção, mal-estar, fraqueza e febre. Tais reações, geralmente, ocorrem dentro de dois dias após a aplicação, sendo menos frequentes após a segunda dose.
É importante ressaltar que a Qdenga se diferencia da Dengvaxia, a primeira vacina contra a dengue disponível no Brasil. Enquanto a Dengvaxia é recomendada apenas para quem já foi infectado, a Qdenga pode ser aplicada em quem nunca teve a doença. Além disso, a Qdenga é destinada a pessoas de 4 a 60 anos, enquanto a Dengvaxia é indicada para aqueles de 9 a 45 anos. A quantidade de doses também varia, com a vacina francesa sendo administrada em três doses, em intervalos de seis meses, enquanto a japonesa consiste em duas doses, com intervalos de três meses. Ambas as vacinas, no entanto, apresentam modos de agir e efeitos pós-aplicação bastante semelhantes.