O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta semana uma nova rodada de tarifas comerciais e informou o envio de uma segunda leva de cartas a chefes de Estado de diversos países, alertando sobre a aplicação de taxas de importação caso não haja acordo até 1º de agosto. A medida marca mais um capítulo da ofensiva tarifária promovida pelo governo norte-americano desde o início de seu segundo mandato.
Na mais recente ação, Trump notificou os seguintes países: Filipinas (20% de tarifa), Líbia (30%), Iraque (30%), Argélia (30%), Moldávia (25%), Brunei (25%) e Sri Lanka (25%). As cartas foram enviadas com aviso prévio de 23 dias antes da aplicação das tarifas, exigindo negociações rápidas para evitar sanções.
Essa é a segunda remessa de cartas enviada pelo governo norte-americano. Na semana anterior, outros 14 países haviam sido notificados, entre eles Japão, Coreia do Sul, Malásia e Laos. Os percentuais de tarifas variaram de 25% a 40%, conforme o produto e a relação comercial com os EUA.
Além das tarifas bilaterais, Trump anunciou uma taxa de 50% sobre o cobre, produto considerado estratégico, e alertou para a possibilidade de aplicar tarifas de até 200% sobre produtos farmacêuticos. A medida, segundo o presidente, visa reduzir a dependência externa em setores sensíveis e proteger a segurança nacional.
Em reunião com o gabinete, Trump confirmou que cartas semelhantes serão enviadas nos próximos dias aos países da União Europeia, reforçando que a data-limite para a entrada em vigor das novas tarifas — 1º de agosto — será mantida. As negociações até lá serão conduzidas por meio de trocas formais de comunicação, evitando encontros bilaterais presenciais.
Outra medida anunciada foi a restrição à compra de terras agrícolas norte-americanas por estrangeiros, especialmente de países como China, Rússia, Irã e Venezuela. O governo justifica a decisão por razões de segurança alimentar e soberania territorial.
Linha do tempo
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2 de abril: Primeira rodada de tarifas anunciada, com prazo de 90 dias para negociações.
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4 a 5 de julho: Envio das primeiras cartas a 14 países, notificando os percentuais de tarifas.
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8 de julho: Anúncio das novas tarifas sobre cobre e farmacêuticos, e da extensão da ofensiva à União Europeia.
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9 de julho: Segunda rodada de cartas enviada a sete novos países.
As medidas provocaram reações imediatas de preocupação em diversos mercados. Líderes de países atingidos criticaram o que chamaram de “diplomacia por ultimato”, enquanto analistas econômicos alertam para possíveis efeitos em cadeia no comércio global e nas cadeias produtivas. Há também expectativa de que a escalada tarifária gere retaliações comerciais e desestabilização nos acordos multilaterais.
A nova rodada de tarifas confirma a estratégia do governo Trump de utilizar sanções comerciais como ferramenta de pressão diplomática e renegociação de acordos. Com mais países sendo notificados e novos setores entrando na lista de tarifas, cresce a tensão no comércio internacional, às vésperas do prazo estabelecido para implementação das medidas, no próximo dia 1º de agosto.
