Em 12 de abril, escrevi nesse espaço de que água de São João Batista ficaria aproximadamente 30% mais cara. Seis dias antes, o colega Jonas Hames escreveu em seu blog de que o valor poderia chegar em até 100%.
Confesso que, na época, me assustei com essa possibilidade. Inclusive, o próprio Jonas foi criticado na Câmara Municipal, por ter ‘assutado’ a população com tal análise. Mas não é que ele tem razão?
Nem o mais pessimista simpatizante da atual administração apostaria de que o aumento seria de, pasmem, 52%. Bom, o número está mais próximo de 30% ( o que escrevi) do que os 100% ( do que o colega escreveu).
A explicação vem da própria Assessoria de Comunicação. No fim da tarde de ontem, quando do release enviado para a imprensa, a informação oficial era de que: a diretora do Sisam Andréia Costa Azevedo, informa que se o Sisam fosse aplicar o Índice e Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, o percentual de reajuste seria de 94,29%, ou seja, a tarifa chegaria a R$ 33,13. “A agência reguladora do Sisam fez um levantamento e sugeriu uma atualização de 59,60%. Nós avaliamos melhor e definimos 52%”, explica a diretora da autarquia.
Bom os números aí encima falam por si só. O tal 94,29% está bem próximo dos 100% do que Hames escreveu. Mesmo que, na época, diziam ser ‘mentira’, aos quatro cantos.
E a desculpa de que, ‘desde 2005 não havia reajuste’, é apenas uma tentativa de empurrar goela abaixo, um aumento (ou reajuste) que ficou além daquilo que se imaginava. Reajustar ou não é uma questão administrativa de qualquer governo, de livre arbítrio. Não há uma lei obrigatória dizendo que tem que se reajustar todo ano. Se fosse assim, o próprio prefeito Daniel Netto Cândido teria reajustado em 2013, 2014, 2015 ou 2016, este último ano eleitoral. Mas não, não o fez, pois entendeu que não deveria reajustar, creio.
Comparar o preço do Sisam com o valor que cobra a Casan chega a ser irônico. Se fosse para cobrar igual, para que municipalizar a água?
Mas, enfim, a verdade é que, a água 52% mais cara é salgada demais, em um momento de retração econômica na cidade e país. Quem pagará o pato, digo, essa conta, é toda a população, seja ela, rica ou pobre.