São João Batista completa 59 anos, vibrante e com memórias

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São 35 mil filhos. Se expande demograficamente e ganha o mundo. Do calçado nos pés de milhares de mulheres, ao ar pacato de uma cidade que cresce, mas teima em manter suas características. De gente que ama viver aqui. Batistenses que chegaram ontem, e outros que carregam memórias de um tempo em que as brincadeiras aconteciam nas ruas. No meio delas.

Na Rua Doutor Almir Zunino o boi-de-mão ia passando, e os cantos ecoavam nas casas. Era brincadeira de todos os anos, e a farra de quem ficava nas ruas, sentado nas calçadas até tarde. A criançada, e adultos/crianças, amarravam barbante em carteiras ou dinheiro, jogavam nas ruas e ficavam atrás dos muros esperando os desavisados que tentavam pegar os objetos. Depois de perceber a peraltice, as vítimas seguiam o caminho ‘excumungando os ixtepô’.

E os assaprões montados, na expectativa de pegar os canarinhos ou coleiras. Arapucas de bambu, e as rolinhas eram vítimas. Pipas de seda, e novamente o bambu. Seda quando tinha dinheiro. Na maior parte do tempo era de sacola de mercado e rabiola de jornal. E ganhavam os céus, nos pastos ou meio da rua. São João Batista do sotaque e brincadeiras na lama. Das goiabeiras que dominavam as margens da rodovia, na entrada da cidade.

‘Vash querê um cafezinho com pãozinho ou com bolinho de chuva? Ooop’. O filho do João. A Maria do Zé, que mora na Rua da Lamonela. Que vai no Retalhão, que compra tergal e que sempre que possível usa um diminutivo. Dividindo a cidade entre alta e baixa. Com aquele corte de cabelo no Zé Barbeiro, ao som do ólhaaaa o peixe do Zé do Brás. E jogando tilica no meio da rua. Nós que o rio assistiu crescer, e ajudou a nos moldar.

Gira mundo e permanecemos aqui. Orbitando nosso berço, que com seus problemas, ainda é nossa casa. Que cresce e carrega nossos traços. Vamos suaves, no fluxo do Tijucas, nos reinventando. E crescendo. Não é que já somos 35 mil filhos? De nascença e adotados. Que mantemos traços, e damos apelidos e usamos referências.

Nós que amamos esse chão. E em cada rua lembranças são guardadas. E em cada movimento vamos nos reinventando, crescendo e cada vez mais orgulhosos desse chão que chamamos de lar. Viva São João Batista.

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